Biblioteca Central abre exposição de obras inéditas que misturam literatura e artes plásticas

11/03/2019 - 10:01  •  Atualizado 13/03/2019 15:27
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A Biblioteca Central da Ufes, no campus de Goiabeiras, inicia suas atividades expositivas de 2019 com a mostra Cada um vê o que conhece, da artista plástica Mozileide Neri. Inédita, a exposição será inaugurada às 19 horas do dia 11 de março, contando com a presença da artista para participar de uma roda de conversa com o público. A mostra ficará exposta no hall do primeiro andar da Biblioteca até o dia 11 de abril, com entrada gratuita.

A exposição é composta por 11 pinturas que trazem suportes contemporâneos, com técnica mista sobre chapa de madeirite resignada e chapa de fibra de madeira. A mostra é resultado da produção de pinturas realizadas a partir da leitura de textos literários, como poesia, romance, conto e crônica, e convida o público a ler as cores, os personagens, os cenários e a narrativa.

Uma das obras expostas é tátil e permite a experiência de visitantes com e sem deficiência visual. As legendas serão impressas em português e em braile, para que o público com deficiência visual possa ler as descrições das obras que não são táteis. “É uma forma de incluir essa parcela de público para que eles também construam suas próprias impressões/leituras da pintura”, explica a artista.

Textos literários

Mozileide conta que a ideia do projeto é questionar o olhar do observador, já que cada pessoa tem um recorte do texto. Assim, a artista não ilustra o texto escolhido, contando somente um trecho, uma página ou um parágrafo em formato de pintura. “O visitante da exposição não precisa ter lido o texto literário para interpretar a pintura. O observador vê o que ele reconhece, o que ele imagina ser”, diz.

Os textos utilizados pela artista são de autores nacionais e internacionais. “São histórias que atravessam o nosso cotidiano e têm o propósito de nos tocar de alguma forma”, lembra a artista plástica.

Para a exposição, Mozileide escolheu as obras As Ruínas Circulares, de Jorge Luis Borges; O Grou, de Adriana Lisboa (tátil); Nos Olhos do Intruso, de Rubens Figueiredo; Felicidade, de Katherine Mansfield; O Visitante, de Lygia Fagundes Telles; O Conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago; Senhora, de José de Alencar; Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu; A Senhora que era Nossa, de Marcelino Freire; O Vestido Novo, de Virgínia Woolf; e Hora de Alimentar Serpentes, de Marina Colasanti.

Estreia no Espírito Santo

Mozileide, que é paraibana, radicada no Rio de Janeiro, se diz feliz por inaugurar esta exposição no Espírito Santo e acredita que a exibição de suas obras na Biblioteca Central terá um peso maior: “As minhas pinturas literárias estarão próximas dos livros e isso amplia o objetivo do projeto, que é incentivar a leitura dos textos e, ao mesmo tempo, incentivar a leitura de obras de arte”.

A artista ressalta a importância de estar presente no lançamento de sua exposição: “Quero conversar com o público sobre meu processo criativo, textos, livros e autores preferidos, e incentivar a leitura de obras de arte”.

A exposição Cada um vê o que conhece é uma realização da Biblioteca Central, com apoio institucional da Secretaria de Cultura da Ufes, e ficará aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 7 às 21 horas, e aos sábados, de 7 às 13 horas.

 

Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho