Cine Metrópolis recebe 1º Mostra de Cinema Negro da Ufes nesta quinta, 25

24/02/2016 - 11:32  •  Atualizado 26/02/2016 17:13
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Na próxima quinta-feira, 25, o Cine Metrópolis receberá a 1º Mostra de Cinema Negro da Ufes. O evento, organizado pelo estudante e pesquisador Adriano Monteiro e pelo cineasta Délio Freire, é uma realização do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Ufes (Neab) e vai oferecer entrada gratuita a toda a comunidade. Já na primeira sessão serão três filmes: La noire de… de Ousmane Sembene;  Punzi, de Wanuri Kahiu; e Oya - Rise of the Suporishas, de Nosa Igbinedion. Até o dia 28, domingo, serão exibidos ao todo 23 filmes.

Além das sessões, será organizada uma Oficina de Afrofuturismo e três mesas de debate. A Oficina está programada para os dias, 25 e 26, das 9 às 13 horas, será ministrada pela professora da Universidade Católica de Brasília (UCB) Kênia Freitas e oferece certificado. Os interessados devem chegar cedo, pois as inscrições serão feitas no local do evento.

Já as mesas de debate se dividem em três dias. A primeira, no dia 25, abordará a temática Cinema Africano e Cinema Brasileiro - Um Diálogo Possível? e será composta pelos professores Fábio Camarneiro e Alexandre Curtis, e pelo estudante da Guiné-Bissau, Ynnamileh Djonnu. A segunda, no dia 26, será sobre Cinema Negro Brasileiro e o negro no Cinema Brasileiro, com a presença do professor Noel Carvalho, do cineasta Edson Ferreira e da cineasta Viviane Ferreira, que em 2014 teve seu filme O Dia de Jerusa (2014) selecionado para uma mostra do Festival de Cannes. O curta será exibido na sessão do dia 26, a partir das 14 horas. A terceira mesa será no sábado, 27, sobre o tema Cinema Negro americano e sua influência mundial, com os cineastas Alexandre Buck e Délio Freitas, e as professoras Daniela Zanetti e  Kênia Freitas.

Valorização

Um dos principais objetivos da Mostra é promover a valorização da produção cinematográfica negra, destacando o ponto de vista do realizador. Para Adriano Monteiro, ela possibilita o contato com outras produções: “É importante para despertar a comunidade acadêmica e a sociedade capixaba para essas produções. Só para termos um exemplo, atualmente, a produção cinematográfica da Nigéria produz mais que Hollywood, cerca de mil filmes por ano. Precisamos conhecer mais sobre esses cinemas, sobre o sistema de produção e de distribuição desses filmes”, explica Adriano.

Délio Freitas também comentou sobre a atualidade da temática:  “É um tema pertinente e atual, basta lembrar o recente desabafo de Spike Lee a respeito da não indicação de profissionais negros em categorias relevantes do Oscar”.

A Mostra conta com o apoio da Secretaria de Cultura da Ufes, do grupo de estudos Cultura Audiovisual e Tecnologia (CAT) e do Coletivo Negrada. “O público terá a oportunidade de ver na tela uma diversidade estética, étnica e cultural pouca vezes vista no cinema tradicional, que é fundamentalmente baseado num padrão estético eurocêntrico que tende negar todo tipo de diversidade” afirma Adriano.

Texto: Stefhani Paiva
Edição: Thereza Marinho

 

Confira a programação completa (25 a 28 de fevereiro)

Quinta-feira (25/02)

Oficina Afrofuturismo no Cinema (às 9h)

- Sessão I (a partir das 14h): La noire de...(Ousmane Sembene, Senegal, 1966), Punzi (Wanuri Kahiu, Kenia, 2009) e Oya - Rise of the Suporishas (Nosa Igbinedion, Nigéria, 2014)

- Mesa de debate: Cinema Africano e Cinema Brasileiro - Um Diálogo Possível? (às 16h)

- Sessão II (às 17h30): A Viagem da Hiena (Djibril Diop Mambéty, Senegal, 1973)

- Cerimônia de abertura (às 19h): Mother Of George (Andrew Desunnu, Nigéria-EUA, 2013)

 

Sexta-feira (26/02)

-  Oficina Afrofuturismo no Cinema (às 9h)

- Sessão I (a partir das 14h): Alma no Olho (Zózimo Bulbul, Brasil, 1973), Repolho (Alexandre Buck, Brasil, 2015), Beatitude (Délio Freire, Brasil, 2015), Sombras do Tempo (Edson Ferreira, Brasil, 2012), Pouco Mais de Um Mês (André Novais Oliveira, Brasil, 2013) e O Dia de Jerusa (Viviane Ferreira, Brasil, 2014)

- Mesa de debate - Cinema Negro Brasileiro e o negro no Cinema Brasileiro (às 16h)

- Sessão II (ás 18h30): Maicoun Diequison (Natanael de Souza e Ramon Zagoto, 2009), O Dia de Jerusa (Viviane Ferreira, Brasil, 2014), Lápis de Cor (Larissa Fulana de Tal, Brasil, 2014), Rapsódia para o homem negro (Gabriel Martins, Brasil, 2014) e As Filhas do Vento (Joel Zito Araújo, Brasil, 2000)


Sábado (27/02)

Sessão I (a partir das 14h): Dope (Rick Famuyia, 2015)

- Mesa de debate: Cinema Negro americano e sua influência mundial (às 16h)

- Sessão II (a partir das 17h30): A Noite em que o Sol Brilhou (Melvin Van Peebles, EUA, 1970) e Straight Outta Compton (F. Gary Gray, EUA, 2015)

 

Domingo

Sessão Final (a partir das 14h): Mandabi (Ousmane Sembene, Senegal, 1968), Grigris (Mahamat-Saleh Haroum, Chade, 2013), Death at a Funeral (Neil Labute, EUA, 2010) e Febre da Selva (Spike Lee, EUA, 1991)