Especial: Cine Metrópolis é referência em difusão audiovisual no Estado

19/07/2013 - 17:24  •  Atualizado 22/07/2013 12:53
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Por Luiz Vital

O Cine Metrópolis, instalado no Centro de Vivência do campus da Ufes, em Goiabeiras, é um equipamento cultural incorporado à vida universitária e uma referência de difusão audiovisual para a população capixaba. Há 21 anos em atividade, o tradicional cinema possui 240 lugares e está aberto diariamente, com três sessões. O Metrópolis recebe, atualmente, um público médio de 1.400 expectadores por mês, sendo que em 2012 registrou plateias que totalizaram cerca de 25 mil pessoas.

O cinema oferece exibições regulares de filmes, sessões do Projeto Cine Escola – voltado para estudantes das redes públicas e privada de ensino infantil, fundamental e médio –, mostras temáticas, apresentação de vídeos a partir de iniciativas da comunidade, suporte para atividades acadêmicas que contenham recursos audiovisuais, e também recebe eventos científicos, incluindo palestras, congressos, seminários, simpósios, entre outros.

O Cine Metrópolis possui um público fiel, em geral apreciador da cinematografia não comercial, em que se incluem, acentuadamente, os chamados filmes de arte. No Metrópolis o público tem acesso a documentários e mostras especiais de filmes, além da produção de filmes nacionais. Esta fidelidade, em grande medida, decorre desta programação cinematográfica diferenciada que não é encontrada em outras salas instaladas no Estado.

E o público do Metrópolis se renova permanentemente, segundo aponta Adriani Raimondi, coordenador do cinema. Formado em Jornalismo pela Ufes, ele é servidor da universidade desde 1993. “O Metrópolis conseguiu construir uma identidade própria junto ao público”, argumenta Raimondi, que coordena o cinema desde 1998. “O Metrópolis é uma referência importante para a comunidade acadêmica porque a sua proposta é atender às atividades de ensino, pesquisa, extensão e desenvolvimento institucional”.

Referência cinematográfica

Vinculado à Superintendência de Cultura e Comunicação (Supecc) da Ufes, o cinema atravessou as últimas duas décadas formando inúmeras plateias da arte cinematográfica produzida no Brasil e em diferentes países. Adriani Raimondi conta que o Metrópolis surgiu das efervescentes experiências do movimento cineclubista que ganhou a Ufes e a comunidade capixaba na década de 1980. Seus principais idealizadores foram Marcos Valério Guimarães e Fernando Alves de Araújo Neto, que posteriormente foram os primeiros coordenadores do Cine Metrópolis.

Raimondi relembra que inicialmente o cinema funcionava no antigo Teatro Metrópolis, vinculado ao Núcleo Integrado de Artes Cênicas (Niac) do Centro de Artes da Ufes. Com a realização da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) no campus de Goiabeiras, em 1994, a atual sala foi construída e equipada pela Ufes para se tornar um dos espaços utilizados pelo evento científico.

Na década de 1990, com o processo de decadência das salas de cinema existentes, o Metrópolis se consolidou como uma referência cinematográfica para a população. “O Metrópolis está definitivamente na história do audiovisual do Espírito Santo”, acentua o coordenador. Atualmente, o cinema continua a trabalhar com as distribuidoras de filmes alternativos, fora do circuito “hollywoodiano”, permitindo que o público tenha contato com experiências de diferentes países.

“Nossa proposta de exibição é centrada na expressão do cinema contemporâneo, com temas e linguagens que enriqueçam o aprendizado, que agreguem valor ao conhecimento, oferecendo oportunidades para diferentes leituras do mundo”, assinala Raimondi. “Para a comunidade acadêmica, incluindo professores, estudantes e técnicos, o Metrópolis é uma ferramenta educacional”, acrescenta. “Além disso, o cinema projeta a universidade para toda a sociedade”, defende.

Cinema e escola

Para a Supecc, lugar de criança é no cinema. E é assim que o Metropólis desenvolve, desde 1998, o Projeto Cine Escola Metrópolis, cuja ação educativa e cultural atrai milhares de estudantes das redes públicas e privadas de ensino fundamental e médio, envolvendo cerca de 1.500 escolas da Grande Vitória e até mesmo do interior do Estado. O Metrópolis, de acordo com o seu coordenador, oferece semestralmente uma programação diversificada de filmes, de conteúdo crítico, instigante e estimulador da criatividade, de modo a potencializar a ação dos educadores com as crianças e adolescentes. Segundo Raimondi, além da função educativa, o projeto contribui para a formação de novas plateias de cinema.

O coordenador explica que o Cine Metrópolis funciona como projeto de desenvolvimento institucional da Ufes, e que a sua estrutura de operação é mantida pela universidade, apoiada pelos recursos obtidos por meio da utilização da sala em eventos e bilheteria. Os custos do cinema envolvem as distribuidoras de filmes, manutenção de equipamentos e instalações físicas, direitos autorais, material gráfico, entre outros que são assegurados pela Ufes. Atualmente o cinema trabalha com projetos de modernização tecnológica, com a perspectiva de migração da plataforma atual, de filmes em película 35 mm, para plataformas digitais, que é o novo padrão de funcionamento da produção e distribuição de obras cinematográficas e audiovisuais.

Foto: David Protti