Estudo sobre conflitos ambientais é premiado como melhor tese de doutorado em Sociologia Rural

13/07/2018 - 15:38  •  Atualizado 17/07/2018 11:59
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A tese de doutorado “Ô!! Você vai passar por cima de mim!!': desenvolvimento, conflito ambiental e disputas por justiça no litoral sul do Espírito Santo, Brasil, de autoria da professora do Departamento de Medicina Veterinária do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE), Ana Cláudia Hebling Meira, ganhou o Prêmio José Gomes da Silva de 2018, concedido à Melhor Tese de Doutorado em Sociologia Rural.

A partir da construção dos terminais portuários da Itaoca Offshore, da Edison Chouest Offshore e do Porto Central, o estudo questiona sobre a possibilidade de se chegar a acordos pacíficos e justos com as comunidades de pescadores artesanais das praias de Itaipava, do Pontal e de Marobá. Por meio de pesquisa de campo e análise documental, foi possível levantar os aspectos ambientais e econômicos dos acordos e suas consequências para a população local.

Em sua tese, a professora conclui que as disputas analisadas configuram um conflito ambiental e cria o conceito de “cosmojustiça”. "Significa que, na convivência humana, há grupos diversos, que constroem diferentes pontos de vista do que é justiça. São visões diversificadas que precisam ser ouvidas, estudadas e respeitadas", explica a professora.

A tese foi defendida em 2017 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a orientação do professor Jalcione Pereira de Almeida, do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Rural.

"Esse prêmio contribui para divulgar o conhecimento que a Ufes produz ", diz Ana Cláudia. A professora continuará pesquisando justiça e acordos justos em conflitos ambientais, agora com foco na escassez de água.

O prêmio será entregue em 1º de agosto, durante o 56º Congresso Sober, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).


Texto: Lidia Neves
Edição: Thereza Marinho