Laboratório de Fisiologia e Bioquímica pesquisa dietas hipercalóricas e impactos no coração

09/12/2019 - 08:25  •  Atualizado 10/12/2019 10:53
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Uma pesquisa em desenvolvimento no Laboratório de Fisiologia e Bioquímica Experimental (Lafibe) do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) está levantando o impacto das dietas ricas em calorias sobre o coração. Coordenada pelo professor André Leopoldo, a pesquisa está na fase de processamento das amostras. O resultado está previsto para março de 2020.

Com o título Influência de Diferentes Tipos de Dietas Hipercalóricas sobre o Estresse Oxidativo Miocárdico, a pesquisa envolve estudantes de graduação e de pós-graduação dos cursos de Educação Física e Nutrição.

Para o estudo, foram utilizadas amostras de modelo animal ­– 60 ratos – distribuídas em quatro grupos experimentais. O primeiro foi alimentado com dieta padrão (controle). Os demais receberam dietas hipercalóricas, com ingestão diária de 20 a 25 gramas de alimentos por 15 semanas. O primeiro grupo ingeriu alimentos ricos em gordura saturada. A outra dieta foi baseada em açúcar (sacarose). O terceiro grupo recebeu uma combinação de açúcar e gordura saturada. Com isso, houve a indução da obesidade para avaliação dos parâmetros de estresse oxidativo.

Desequilíbrio

O professor Leopoldo explica que o estresse oxidativo é o desequilíbrio entre os compostos oxidantes produzidos naturalmente pelo organismo e o sistema de defesa antioxidante. O excesso de gordura causa esse desequilíbrio. "O corpo humano produz naturalmente radicais livres em diversos processos metabólicos, como na produção de energia, fagocitose, regulação do crescimento celular, sinalização intercelular, imunidade e defesa celular. Exemplos desses radicais são o peróxido de hidrogênio, o superóxido e a hidroxila. Por outro lado, há um sistema de defesa antioxidante também produzido naturalmente pelo organismo ou absorvidos na dieta, que são compostos como a enzima superóxido dismutase (SOD), a glutationa, a catalase e a vitamina A. Quando há um desequilíbrio entre os compostos oxidantes e antioxidantes, dizemos que acontece um estresse oxidativo", explica.

Na fase da pesquisa que se inicia, será usada uma tecnologia em laboratório que detecta a quantidade de proteínas presentes no ventrículo esquerdo dos ratos. O objetivo é avaliar os compostos oxidantes, os não oxidantes e o estresse oxidativo no sistema cardiovascular. "A pesquisa visa mostrar como o excesso de comidas calóricas proporciona esse desequilíbrio, acometendo de forma prejudicial o coração, o que pode gerar, por exemplo, dano celular e disfunção cardíaca", antecipa o professor.

 

Texto: Sueli de Freitas
Edição: Thereza Marinho