Núcleo da Ufes realiza Arena Itinerante em comunidades atingidas pela lama

18/11/2016 - 09:34  •  Atualizado 19/11/2016 11:21
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Há um ano os moradores de Baixo Guandu acompanhavam a chegada das águas avermelhadas do Rio Doce. Era a lama dos rejeitos de minério provenientes do rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco, em Mariana (MG), que descia o rio desde o dia 5 de novembro.

Para marcar a data, o Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Mobilizações Sociais (Organon), coordenado pela professora do Departamento de Ciências Sociais da Ufes, Cristiana Losekann, está realizando uma Arena Itinerante com o tema “Grandes Empreendimentos e o Desastre da Samarco”, que percorrerá até este sábado, 19, os territórios afetados desde Baixo Guandu até Barra do Riacho.

A Arena faz parte de um processo de formação de defensores populares da participação e de direitos, com o objetivo de discutir os desafios dos atingidos na construção da mobilização e no acesso à justiça. A expectativa é formar três tipos de agentes na defesa de direitos: assessores jurídicos populares, advogados populares e defensores populares.

Além das atividades de formação do Organon, movimentos sociais e grupos que acompanharão a Arena realizarão ações e atividades com o objetivo de identificar impactos e memórias dos atingidos pelo desastre ambiental. A proposta do trabalho é criar arenas públicas de debates, espaços abertos para a troca de ideias, diálogo e confrontações entre os próprios integrantes de movimentos, organizações, comunidades, e entre estes e outros atores sociais. 

A Arena Itinerante iniciou suas atividades no dia 16 de novembro na comunidade de Mascarenhas, em Baixo Guandu, percorrendo as comunidades de  Itapina e Maria Ortiz em Colatina, Assentamento Sezínio, Povoação (foz do Rio Doce, em Linhares) e Barra do Riacho, em Aracruz. Ao longo do percurso os integrantes da Arena estão conhecendo a realidade de comunidades que foram atingidas pela lama da Samarco e que são historicamente impactadas por grandes empreendimentos extrativos. Também está sendo realizada a identificação de efeitos da lama nas vidas das comunidades e discutirão os processos de construção da mobilização social e do acesso à justiça.

Os grupos que colaboram na organização e realização da Arena do Organon são: Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); Fórum Capixaba em Defesa do rio Doce; Diocese de Colatina; Gesta/UFMG; Gepsa/UFOP; GEPPEDES/Ufes; Coletivo Margarida Alves; ONG Justiça Global; Movimentos pela soberania popular na mineração (MAM); Fórum de Defesa do rio Doce do Norte da Foz; Fórum de Defesa do rio Doce de Colatina; Movimento dos Pequenos Agricultores do ES (MPA/ES); Assentamento Sezínio/MST; Paróquia de São Pedro Apóstolo; Brigadas Populares; Cine Clube Ecossocial; SOS Ambiental; Pró-reitoria de Extensão da Ufes e Defensoria Pública do Espírito Santo.


Texto: Letícia Nassar e ProEx
Edição: Thereza Marinho