Nota de repúdio: um basta à violência contra mulheres do Espírito Santo

26/09/2017 - 12:10  •  Atualizado 27/09/2017 17:32
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A Comissão Permanente de Direitos Humanos da Ufes (CPDH-Ufes) e o Laboratório de Pesquisas sobre Violência Contra Mulheres no Espírito Santo (LAPAVIM-ES) vêm pela presente demonstrar publicamente seu inconformismo como o atual estágio de violência contra mulheres no estado do Espírito Santo, em especial com a brutalidade do crime praticado contra a médica Milena Gottardi Tonini no campus de Maruípe da nossa Universidade.

Entendemos não ser necessário que uma vida humana seja perdida para que cada um(a) de nós, concidadãos e concidadãs do estado do Espírito Santo, indigne-se e repudie a violência diária praticada contra as mulheres em nossa sociedade. Já há muito tempo este estado de coisas perdura, seja por força de um patriarcalismo arraigado, seja pelo temor daquelas que mesmo agredidas e violentadas têm de denunciar situações corriqueiras em seus lares, locais de trabalho, meios de transporte público, universidades e em todos estabelecimentos públicos e privados.

Se uma nota pública pudesse dar um basta à violência contra mulheres, esse seria o nosso objetivo agora; e mais: lançaríamos notas públicas de minuto em minuto a fim de preservar a dignidade de cada uma das mulheres capixabas. Todavia, o que se requer neste momento é uma atitude maior e proativa das autoridades públicas do estado do Espírito Santo, para que possamos sair do topo das estatísticas nacionais e internacionais de violência contra as mulheres.

Esta Nota Pública, portanto, é um chamado a todas as mulheres e todos homens para que demonstrem publicamente sua indignação com o estado das coisas no Espírito Santo, não só hoje e não só quando (mais) uma mulher é assassinada, mas sim todos os dias, quando uma mulher for humilhada, desprezada, enfim, violentada moral, psicológica, patrimonial, sexual ou fisicamente.

A Ufes, como signatária do Convênio HeforShe da ONU Mulheres desde 2015, tem por obrigação permanente repudiar e coibir em seus campi a desigualdade de gêneros, e seus servidores técnicos e professores têm a obrigação – como homens – de lutar pelas mulheres. Esperamos, assim, que essa nota represente mais um chamado a toda comunidade acadêmica e à sociedade capixaba em geral, para que reajamos conjuntamente contra todos os tipos de violência contra mulheres.


Comissão Permanente de Direitos Humanos da Ufes (CPDH-Ufes)

Laboratório de Pesquisas sobre Violência Contra Mulheres no Espírito Santo (LAPAVIM-ES)