Ocupação da Reitoria prejudica pagamento de bolsas

07/12/2015 - 19:08  •  Atualizado 09/12/2015 22:52
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A Administração Central da Ufes informa que devido à ação de um grupo de estudantes impedindo o funcionamento normal do prédio da Reitoria desde a última sexta-feira, 4, todas as atividades administrativas no local estão suspensas.

Segundo o reitor Reinaldo Centoducatte, "o movimento atinge não somente a Administração ou os estudantes bolsistas, mas toda a comunidade universitária. Estamos em condições de regularizar os repasses das bolsas e pagamentos, no entanto, o não funcionamento do Departamento de Contabilidade e Finanças (DCF) prejudica as operações financeiras da Universidade". Desta forma, enquanto o prédio da Reitoria ficar interditado, nenhum tipo de repasse poderá ser realizado.

O depósito das bolsas estudantis é normalmente realizado no quinto dia útil do mês, o que estava previsto para ocorrer nesta segunda-feira, 7. A Administração não compreende, portanto, a iniciativa de ocupação da Reitoria no início da noite da última sexta-feira. Quando houve a tentativa de o reitor explicar a situação para os manifestantes, um pequeno grupo impediu a continuidade da reunião.

Ficou caracterizado que o intenção não era apenas de obter informações sobre o pagamento das bolsas, mas um ato político que não atende aos interesses da maioria dos quase 4.500 jovens que contam com apoio da assistência estudantil.

Até o momento em que o reitor Reinaldo Centoducatte teve a oportunidade de falar, foi informado aos estudantes que o repasse dos recursos pelo MEC havia sido feito às 18 horas daquele dia, e que os depósitos nas contas seriam providenciados nesta segunda-feira. Mas, devido ao impedimento dos trabalhos no prédio da Reitoria, nenhuma operação bancária pôde ser efetuada. O reitor ressalta que logo que o prédio for desocupado, o pagamento de todas as bolsas será realizado. Enquanto isso, nenhum estudante poderá receber o depósito.

O movimento impede a realização de atividades fundamentais ao funcionamento da Universidade. O bloqueio da Reitoria provoca prejuízos em diversas rotinas administrativas, como a confecção das folhas de pagamento dos servidores, destinação de bolsas aos estudantes e pagamento de contratos de serviços terceirizados, entre outras.

Outra atividade diretamente prejudicada nesta segunda-feira foi a não realização da reunião extraordinária do Conselho Universitário, que tinha uma série de pontos de pauta de interesse da comunidade acadêmica, como criação de cursos, jornada de trabalho de servidores, entre outros.

No prédio da Reitoria funcionam o Gabinete do Reitor; as pró-reitorias de Gestão de Pessoas (Progep), de Administração (Proad), de Planejamento (Proplan) e de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG); além da Procuradoria Federal, da Superintendência de Cultura e Comunicação (Supecc), das secretarias de Relações Internacionais (SRI) e de Avaliação Institucional (Seavin), e o Departamento de Administração dos Órgãos Colegiados Superiores (Daocs).

A Administração Central também reafirma seu respeito às manifestações democráticas e entende que estas podem se dar sem constrangimentos por abordagens desrespeitosas aos membros da comunidade universitária e sem a obstrução de outros direitos, como o de ir e vir, que estão sendo desrespeitados por ações como as verificadas nos últimos dias.