Ofertar capacitação para o trabalho remoto será uma das prioridades da nova gestão da Progep

03/06/2020 - 19:01  •  Atualizado 05/06/2020 17:44
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A administradora Josiana Binda assume a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) com um desafio posto pela pandemia do novo coronavírus: ofertar ações de capacitação de servidores técnicos e docentes para o trabalho remoto.

Josiana, que até o mês de maio estava à frente da Diretoria de Gestão de Pessoas, assume a Progep em substituição ao contador Cleison Faé. Em um breve balanço de sua gestão, ele aponta como um dos principais investimentos da Progep a promoção de mais oportunidades de qualificação dos servidores e de melhoria na qualidade de vida e do ambiente de trabalho.

“Conseguimos a aprovação, pelo Conselho Universitário, da resolução que tem possibilitado a um maior número de servidores técnico-administrativos o afastamento para participar de programas de pós-graduação. Houve também um aumento significativo nas ações de promoção à saúde realizadas pela Diretoria de Atenção à Saúde, e a realização da Semana do Servidor, que tem sido um momento de grande integração entre as equipes”, avalia.

Já dentre os principais desafios enfrentados, Faé cita as medidas adotadas pelo Governo Federal que impactaram diretamente o quadro de servidores da Universidade, principalmente no caso dos técnicos, como a extinção de vários cargos e a impossibilidade de abrir concursos para outros. “Além disso, mais recentemente tivemos as limitações orçamentárias, que também têm dificultado a contratação de docentes e técnicos”, afirma.

Para a nova pró-reitora, graduada e mestre em Administração pela Ufes, as constantes mudanças apresentadas pelo Governo Federal impactam diretamente os processos de trabalho das instituições públicas e tornam ainda maior a complexidade do contexto atual. Confira na entrevista:

- Quais serão suas prioridades à frente da Progep?

A prioridade à frente da gestão da Progep será ampliar e abrir espaços para o acolhimento dos servidores técnico-administrativos, docentes e demais colaboradores da Ufes, especialmente nesse momento de trabalho remoto e no retorno ao trabalho presencial. Todos teremos que inovar e ressignificar as formas de se relacionar com o trabalho e com as pessoas que fazem das suas entregas o resultado do trabalho.

Será necessário intensificar as ofertas de ações de capacitação dos servidores (técnicos e docentes), de forma a buscar o equilíbrio entre as novas formas de trabalho e a prestação dos serviços à sociedade com qualidade e profissionalização para que sejamos agentes da transformação social.

Do ponto de vista técnico, a prioridade será levar mais informação à comunidade universitária e à sociedade em geral sobre os assuntos relativos à gestão de pessoas, abrir canais para o diálogo, dar prosseguimentos às ações de transparência, dinamizar, integrar e modernizar os processos de trabalho.

- Na sua opinião, qual são os maiores desafios no contexto da Ufes?

Estar à frente da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas de uma Universidade com a bagagem e a história da Ufes é um desafio e tanto, e a escolha de um servidor técnico-administrativo para ocupar esse lugar é uma mudança importante que vem se consolidando no cenário da gestão universitária em nível nacional.

Em tempos atuais e vindouros, entendemos que o maior desafio de gerenciar pessoas é criar condições para que os trabalhadores se percebam como parte imprescindível dos processos de trabalho e se reconheçam como a mais importante fonte de recurso para o resultado que a Ufes entrega à sociedade.

A complexidade do contexto torna-se ainda maior frente às constantes mudanças apresentadas pelo Governo Federal, as quais impactam diretamente processos de trabalho operacionais e sistêmicos, executados nas autarquias, mas com gestão centralizada. Soma-se a isso as restrições orçamentárias e a transformação nas carreiras com extinção e não reposição das vagas decorrente de vacância de alguns cargos, o que afeta sobremaneira a atividade de apoio administrativo e acadêmico nas universidades.

Gerenciar pessoas nesse contexto passa por mudança de alguns hábitos, pelo respeito e pela compreensão do papel de cada um no contexto desse "todo" que é a Universidade e suas relações.

- O investimento na qualidade de vida e de trabalho do servidor é uma tendência na Administração Pública?

Hoje temos excelentes ferramentas tecnológicas para melhor desempenho e produtividade do trabalho, mas o serviço continua sendo planejado e executado, mesmo que não em sua totalidade, por pessoas que imprimem nele o seu modo de viver e de existir.

Já em momentos anteriores ao trabalho remoto e ao isolamento social como medidas de prevenção e redução da transmissibilidade da COVID-19, observávamos o desejo dos trabalhadores da Ufes de valorização.

Cada pessoa deve ser vista pelo outro como um profissional cujo trabalho (e tudo o que nele está envolvido) é legítimo e deve ter relação de forma colaborativa e respeitosa.

 

Texto: Thereza Marinho