Pesquisadores estudam impactos das mudanças climáticas em florestas

21/08/2013 - 08:44  •  Atualizado 23/08/2013 12:48
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Por Hélio Marchioni

Preocupado com os efeitos das mudanças climáticas e seus impactos sobre espécies florestais, o Laboratório do Departamento de Ciências Florestais e da Madeira, do Centro de Ciências Agrárias da Ufes, estuda o comportamento de plantas para avaliar os impactos florestais diante das alterações do clima.

A pesquisa, coordenada pelo professor José Eduardo Pezzopane, é realizada em câmaras climatizadas onde é possível controlar a temperatura, a radiação luminosa, elevar a concentração de CO2 e alterar a umidade do ar e do solo. Segundo os metereologistas, haverá um acréscimo de CO2 na atmosfera em função das ações do homem, em especial do setor industrial. Os pesquisadores simulam esse acréscimo enriquecendo a atmosfera com esse gás (CO2) e analisam a resposta das plantas frente a essa alteração.

O laboratório, situado no município de Jerônimo Monteiro, também são testadas espécies com grande potencial econômico, como o eucalipto, muito utilizado na produção de madeira e celulose, além de outras que são utilizadas na recuperação de áreas degradadas. Segundo o chefe do Departamento de Ciências Florestais e da Madeira, Henrique Machado Dias, “o objetivo é avaliar o comportamento das plantas em diferentes condições climáticas. O impacto não é o mesmo em todas as espécies, então a ideia é verificar qual a espécie vai sofrer maior ou menor impacto para direcionar nosso trabalho de melhoramento florestal e seleção de espécies adequadas para esses ambientes”.

Os resultados podem estimular alternativas mais sustentáveis no uso de recursos naturais, prever cenários, como o desaparecimento de fragmentos florestais da Mata Atlântica, além de antecipar o comportamento (crescimento e desenvolvimento) das plantas.

“São pesquisas de ponta que estão sendo desenvolvidas pela Ufes e que vão subsidiar diferentes políticas públicas a partir da produção de conhecimento acerca do uso de técnicas mais eficazes para seleção de espécies com fins de produção ou recuperação de áreas degradadas, mas que sejam apropriadas a variação do clima em determinada região, caso as previsões dos meteorologistas se concretizem”, enfatiza o professor Henrique Machado Dias.