Projeto Harpia na Mata Atlântica comemora reprodução de gavião-real

18/12/2019 - 10:24  •  Atualizado 23/12/2019 16:41
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Um dos raros casais de gavião-real (Harpia harpyja) no fragmento de Mata Atlântica espírito-santense finalmente obteve sucesso reprodutivo. O filhote de harpia nasceu neste ano na Reserva Natural Vale, em Linhares, em um ninho monitorado pelo projeto de conservação da espécie.

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O casal começou a ser observado em 2016 e, desde então, teve cinco tentativas de reprodução documentadas pelo Projeto Harpia na Mata Atlântica, mas só agora obteve sucesso no nascimento do bebê. É a primeira vez que todo o ciclo reprodutivo da espécie está sendo monitorado na Mata Atlântica, desde o namoro do casal ao desenvolvimento da cria. 

“O filhote já tem nove meses de idade e se desenvolve bem”, atualiza o professor do Departamento de Biologia do Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde do campus de Alegre e coordenador do projeto, Aureo Banhos. “Ele deve permanecer utilizando o ninho e sendo alimentado pelos pais até os 2 anos e meio. Depois deixa a árvore e o casal pode se reproduzir novamente naquele mesmo local”, explica.

Contudo, a perspectiva de conservação da espécie não é otimista: por mais que os casais de harpia consigam ter várias crias durante toda a vida fértil, que pode ultrapassar os 30 anos, poucos filhotes sobrevivem até a vida adulta. “A população está declinando”, aponta Banhos.

Essa espécie de ave de rapina é considerada ameaçada de extinção desde 2014. O Projeto Harpia monitora mais de 50 ninhos ativos na Amazônia e na Mata Atlântica.

Saiba mais sobre as dificuldades de sobrevivência do gavião-real na Revista Universidade: revistauniversidade.ufes.br.


Texto: Laís Santana (bolsista de projeto de Comunicação)
Foto: Reprodução - Projeto Harpia na Mata Atlântica
Edição: Lidia Neves e Thereza Marinho