Projetos da Ufes serão destaque em evento estadual sobre acessibilidade e inclusão

17/09/2019 - 16:22  •  Atualizado 01/11/2022 09:16
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Começa nesta quinta-feira, 19, às 18 horas, a segunda edição da Reconecta – Conferência e Exposição Estadual de Inclusão e Acessibilidade. O evento será realizado até 22 de setembro no Boulevard Shopping Vila Velha e tem entrada gratuita.

Pelo segundo ano, a Ufes estará presente na Conferência com um estande, onde apresentará ao público projetos nas áreas de educação física adaptada, terapia ocupacional e sinalização acessível, entre outras. Além disso, no dia 20, o painel das 14 horas contará com a participação dos professores do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) Francisco Chicon e Maria das Graças de Sá, que falarão sobre Práticas corporais de atenção e cuidado em saúde para pessoas com deficiências e familiares, e do doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Ufes Michell Araújo, que apresentará o tema Deficiência intelectual e síndromes cromossômicas.

Já no dia 21 (quando se celebra o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência), no painel das 15 horas, serão abordados os temas Contribuições da tecnologia assistiva de baixo custo junto às pessoas com deficiência, pelas professoras do Departamento de Terapia Ocupacional Fabiana Marinho, Mariana Sime e Gilma Coutinho; e Acesso e permanência da pessoa com deficiência na Ufes, pelo professor do Departamento de Educação e coordenador do Núcleo de Acessibilidade da Ufes (Naufes), Douglas Ferrari, e pela servidora da Pró-Reitoria de Graduação Anita Lacerda.

“É extremamente importante a participação da Ufes nesse evento, que atualmente é o maior evento de pessoas com deficiência do estado. É uma forma de promover a interação entre a Universidade e a sociedade, mostrando as políticas de reserva de vagas, acesso e permanência, além de apresentar alguns programas e grupos de pesquisa que desenvolvem ações em prol de pessoas com deficiência. Também é uma oportunidade para convidar as pessoas com deficiência que já têm o ensino médio completo a fazerem o Enem e tentarem ingressar na Ufes por meio da reserva de vagas”, destaca Douglas Ferrari.

A primeira edição da Reconecta, realizada em 2018, contou com a participação de aproximadamente cinco mil visitantes durante os quatro dias de evento.

Programação

Organizado pelo Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES) em parceria com diversos órgãos públicos, instituições, entidades, conselhos que atuam na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e entes da iniciativa privada, o evento terá uma programação diversificada. Serão mais de 30 horas de palestras, painéis de debate, workshops, oficinas, apresentações culturais, exposições artísticas, atrações musicais, participação de instituições, exposição de produtos, serviços e equipamentos adaptados, entre outros (veja a programação completa nos arquivos anexados abaixo).

Para a procuradora do Trabalho e titular regional da Coordenadoria de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do MPT Thais Borges da Silva, a importância da Reconecta é a “de reunir as pessoas com deficiência do Estado do Espírito Santo em um evento que elas ajudaram a construir, no qual serão realizadas variadas ações referentes à inclusão das pessoas com deficiência, com as temáticas de trabalho e cidadania, cultural, social e paradesporto e saúde, tecnologia e educação”.

Mercado de trabalho

A iniciativa de organizar a Conferência surgiu da necessidade de incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho em cumprimento à Lei nº 8.213. Popularmente conhecida como Lei de Cotas, a lei foi criada em 1991 e tem como objetivo assegurar às pessoas com deficiência o direito ao trabalho, obrigando empresas a contratar um percentual que varia de 2% a 5% desses indivíduos.

Apesar de ter sido criada em 1991, sua regulamentação e fiscalização só ocorreu em 2000. De acordo com a legislação, empresas com cem funcionários ou mais devem contratar pessoas reabilitadas ou com deficiência. A porcentagem depende do número de empregados de cada empresa.

“Mais do que uma obrigação legal, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho deve ser vista como medida de responsabilidade social das empresas. Cumprir a Lei de Cotas é garantir que as pessoas com deficiência usufruam do seu direito ao trabalho, garantido constitucionalmente. É assegurar-lhes dignidade. É contribuir para a redução das desigualdades sociais”, salienta a representante do MPT Thais Borges da Silva.

“A Ufes se coloca junto à organização do evento para, juntos, discutir as questões da pessoa com deficiência e da acessibilidade no Estado do Espírito Santo”, destaca o coordenador do Naufes.

De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 45 milhões de pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Isso significa que cerca de 24% da população brasileira se encontra em tal condição. Ainda segundo o órgão, no Espírito Santo, existem quase um milhão de habitantes com algum tipo de deficiência e em torno de 330 mil pessoas com deficiência severa.

 

Texto: Thereza Marinho, com informações do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES)