Psicologia seleciona pessoas para tratamento de fobias com uso de realidade virtual

12/11/2019 - 18:37  •  Atualizado 14/11/2019 19:42
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Você tem um medo absurdo de altura? De falar em público? De lugares fechados? Fica ansioso na interação com outras pessoas? Se você sofre com algumas dessas situações, é potencial candidato a participar da segunda seleção para a pesquisa que está sendo desenvolvida por um grupo do curso de Psicologia da Ufes, que usa a realidade virtual no tratamento de fobias, ou seja, daquele medo intenso que causa sofrimento. O projeto também envolve pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Faesa, de Vitória.

São 20 vagas a serem ocupadas após uma entrevista inicial com os pesquisadores, quando serão coletadas as informações relevantes para a psicoterapia, e também avaliadas as condições dos interessados em participar do estudo. Os interessados devem ter mais de 18 anos e não estar fazendo tratamento psicológico ou uso de medicamentos para fobias. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo telefone (27) 99713-7198, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

A pesquisa tem o objetivo de avaliar o uso de tecnologias de realidade virtual no tratamento de fobias. Os pesquisadores utilizam o simulador Virtua Therapy, desenvolvido pela empresa Oníria, de Londrina (PR). Os pacientes usam óculos especiais e visualizam cenários com imagens tridimensionais, possibilitando a sensação de estar diante da situação temida, o que permite a vivência do medo e da ansiedade de forma segura, propiciando o enfrentamento da dificuldade e do medo.

Para quem tem medo de altura, por exemplo, o cenário é de um edifício em construção. A pessoa vai subindo escadas, usando o elevador, até chegar ao último andar e alcançar o terraço para visualizar os carros passando na avenida. São etapas que vão sendo cumpridas passo a passo, com acompanhamento do terapeuta.

Primeiros relatos

A pesquisa foi iniciada no mês de março deste ano, com oito pacientes, utilizando o simulador uma vez por semana. “Já temos relatos positivos de enfrentamento da situação de medo, mas ainda é cedo para conclusões”, afirma o coordenador da pesquisa e professor do Departamento de Psicologia Social e Desenvolvimento da Ufes, Elizeu Borloti.

Ao lado do grupo que utiliza o simulador, há os pacientes que não fazem uso da realidade virtual no tratamento psicológico. A ideia é comparar a adoção da ferramenta tecnológica com a terapia por exposição direta e gradual à situação temida.

“A psicoterapia inclui o procedimento de exposição de forma graduada ao que é temido, com prevenção da situação”, ressalta Borloti. Segundo ele, a exposição pode ser realizada na situação ao vivo, de forma imaginária e por meio de imagens ou vídeos.

Além de Elizeu Borloti, a equipe de pesquisadores é integrada pelos professores Fabiana Ramos, Luciano Cunha, Luciana Messa e Verônica Haydu, e por estagiários. A pesquisa conta com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).


Texto: Sueli de Freitas e Luiz Vital
Foto: Danielle Gonçalves (estagiária de Comunicação)
Edição: Thereza Marinho