Reitor debate a crise econômica das universidades na Câmara dos Deputados

21/11/2017 - 17:31  •  Atualizado 22/11/2017 17:28
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O reitor Reinaldo Centoducatte, juntamente com outros reitores de universidades federais brasileiras, participou na manhã desta terça-feira, 21, da Comissão Geral para debater a crise econômica nas Instituições de Ensino Superior no Brasil, realizada no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. 

O debate atendeu ao requerimento da presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Federais, deputada Margarida Salomão (PT-MG), e dos deputados Carlos Zarattini (PT-SP), Henrique Fontana (PT-RS), Maria do Rosário (PT-RS) e Paulo Pimenta (PT-RS).

Para Margarida Salomão, a redução drástica no orçamento para educação e pesquisa está levando as universidades federais a operarem no limite, com corte nas políticas de atendimento aos estudantes, redução de direitos e falta de repasses para necessidades básicas. Ela afirmou que, ainda que o País esteja em crise, o governo não pode pensar na educação como um gasto.

A deputada também destaca que o debate na comissão geral teve o objetivo de alertar os parlamentares sobre a importância de destinarem emendas para a área. “Nós devemos colocar força no encaminhamento de emendas impositivas, as emendas temáticas das comissões, para suplementar o valor destinado à educação, que, no total do orçamento, é ridiculamente pequeno”, declarou.

Gratuidade

O reitor Reinaldo Centoducatte aproveitou a ocasião para comentar a sugestão do Banco Mundial de que o governo deveria acabar com a gratuidade do ensino superior para estudantes com renda média e alta. Segundo o relatório apresentado pelo Banco, a gratuidade do ensino deveria ser mantida apenas para os estudantes que estão entre os 40% mais pobres do País. Já os de renda média e alta poderiam pagar pelo curso depois de formados.

Para o reitor, a cobrança de mensalidade não resolverá a questão do financiamento das Universidades, cujo maior diferencial em relação às instituições privadas é o investimento em pesquisas, desenvolvimento e inovação, o que beneficia toda a sociedade brasileira. Além disso, ele lembra que os recursos que mantém as universidades não são provenientes do governo, mas dos impostos pagos pela própria sociedade.

“Ao pagar seus impostos, a sociedade já paga pela educação. E a grande contribuição das universidades federais para a sociedade não está só na formação dos alunos em sala de aula, mas na investigação científica, através da qual desenvolvemos tecnologia em todos os níveis e em todas as áreas do conhecimento, o que não é feito pela grande maioria das instituições privadas. Para isso, é necessário investir em equipamentos, laboratórios e insumos”, disse.

O reitor destacou ainda que investir em inovação e pesquisa é investir na soberania nacional. “Isso não pode ser esquecido”, finalizou.


Texto: Thereza Marinho.