Reitores discutem congelamento de recursos para Plano de Assistência Estudantil

21/06/2018 - 15:58  •  Atualizado 10/07/2018 12:53
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O Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) foi tema de um seminário que reuniu dezenas de reitores de instituições federais de ensino na última quarta-feira, 19, em Brasília. O evento foi realizado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com o tema “O Pnaes e a democratização do acesso, permanência e êxito na universidade federal”.

O reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte (na foto, à direita), foi um dos palestrantes do seminário, que também contou com a presença do diretor de Políticas e Programas de Educação Superior do Ministério da Educação, Vicente Almeida Júnior; do coordenador e do vice-coordenador do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), professores João de Deus Mendes e Cesar Augusto da Ros; do coordenador do Fórum de Pró-Reitores de Planejamento e Administração (Forplad), professor Thiago Galvão das Neves; do deputado federal Reginaldo Lopes; e da presidente da União Nacional dos Estudantes, Marianna Dias.

O seminário foi motivado por uma preocupação dos reitores com o congelamento dos recursos do Pnaes, em um cenário em que 60% dos estudantes das universidades federais têm vulnerabilidade socioeconômica. “Tivemos um salto de diversidade em nossas instituições, algo fundamental para a promoção da cidadania. Mas, infelizmente, não temos nenhum recurso para investimento nessa área: para construção de moradia estudantil, compra de equipamentos, livros. Isso é gravíssimo”, destaca o presidente da Andifes, reitor Emmanuel Tourinho.

O coordenador do Fonaprace, professor João de Deus, avalia que os recursos investidos pelo Governo Federal no Pnaes são insuficientes, o que acarreta prejuízos: “Os prejuízos são imensuráveis, tem aumentado a evasão dos nossos alunos. Antes, tínhamos nas universidades uma comunidade, a elite. Pessoas de classe média e alta. Agora, a maioria é composta por alunos das classes C, D ou E. Sem o Pnaes é impossível assegurar o sucesso acadêmico desses alunos”.

Inclusão

Criado em 2008 com o objetivo de oferecer uma ajuda de custo aos estudantes de baixa renda matriculados em universidades federais, o Pnaes tem como propósito reduzir as desigualdades e melhorar o desempenho acadêmico dos jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica. De acordo com levantamento coordenado pela Andifes e pelo Fonaprace, dois terços dos universitários têm origem em famílias com renda média de 1,5 salário mínimo.

Segundo a Andifes, o aumento da inclusão de jovens com esse perfil foi possível graças a políticas sociais considerando os processos seletivos massivos, como o Enem, a criação de mais de 300 campi no interior do País e a Lei de Cotas, criada em 2013, e que garantiu o ingresso de 32% dos estudantes que compõem o corpo discente das 63 universidades federais brasileiras.

De acordo com o presidente da Andifes, reitor Emmanuel Tourinho, o Plano Nacional de Assistência Estudantil proporciona condições para que o universitário de baixa renda possa estudar. Portanto, o Pnaes é responsável por promover diferentes ações de assistência estudantil, como é o caso de auxílio moradia, transporte, alimentação, creche, inclusão digital, apoio pedagógico, esporte e cultura, podendo variar de uma instituição para outra. 


Texto: Thereza Marinho, com informações da Andifes
Foto: Andifes