Universidade Federal do Espírito Santo
O 12º Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória começa nesta quinta-feira,13, e o Teatro Universitário recebe duas peças: Vaga carne, no dia 18, e Nos porões da loucura, no dia 19. A entrada é gratuita e os ingressos serão distribuídos uma hora antes do espetáculo.
Vaga carne é um monólogo criado e encenado pela premiada dramaturga, diretora e atriz mineira Grace Passô. A “voz”, uma entidade imaterial capaz de invadir qualquer tipo de matéria, resolve entrar no corpo de uma mulher apática e inerte que, a partir dessa experiência narra o que sente. O espetáculo começa às 20 horas, na terça-feira, 18, e tem classificação 14 anos.
Nos porões da loucura é baseado na obra homônima de Hiram Firmino e conta a trajetória do Hospital Psiquiátrico de Barbacena, onde cerca de 60 mil pessoas morreram desde a sua fundação, em 1903. A montagem teatral tem dramaturgia e direção de Luiz Paixão, e resgata o horror vivido pelos pacientes portadores de sofrimento mental ou simplesmente indesejados pela sociedade. A peça tem classificação 16 anos e começa às 20h30, na quarta-feira, 19.
Após as apresentações, haverá uma demonstração de trabalho e processos criativos, com duração de 30 minutos.
O festival
O evento ocupa diversos locais da capital e de Cariacica, e traz grandes peças nacionais e capixabas com temáticas variadas. O festival é sempre totalmente gratuito, buscando democratizar o acesso da população ao teatro. A programação completa do Festival está disponível no site http://festivalnacionalteatro.com.br/ .
A escolha da programação local foi feita por meio de um edital que selecionou oito espetáculos e dois convidados, divididos em três categorias: adulto, infantil e teatro de rua.
Confira as peças que serão encenadas no Teatro Universitário:
Vaga carne
Grupo: Grace Passô / MG
Horário: 20 horas
Duração: 50 minutos
Classificação: 14 anos
Local: Teatro Universitário
Um campo de jogo entre palavra e movimento, onde um corpo de mulher vive a urgência de discurso, à procura de suas identidades e de pertencimento.
Em sua narrativa, uma voz errante, capaz de invadir qualquer matéria sólida, líquida ou gasosa, resolve, pela primeira vez, invadir um corpo de mulher e a partir dessa experiência, narra o que sente enquanto sujeito, o que finge sentir, o que é insondável em si, o que sua imagem é para o outro, sonda o que significa um corpo enquanto construção social.
Nos porões da loucura
Grupo: A Dupla Informação / MG
Horário: 20h30min
Duração: 90 minutos
Classificação: 16 anos
Local: Teatro Universitário
Baseado no livro homônimo de Hiram Firmino, conta a trajetória do Hospital Psiquiátrico de Barbacena, onde cerca de 60 mil pessoas morreram desde a sua fundação, em 1903. Pacientes, funcionários, famílias e sociedade são retratados em cenas. O pátio da Colônia, destino de tantos excluídos, testemunhou distintas histórias de lutas, sofrimentos, abandonos, solidariedade e esperança, transforma-se em cenário para a trama. A dignidade humana ganha status de luxo e o básico, negado ao ser humano. A reconstrução da história pela arte assegura a metodologia do espanto frente a dor do semelhante. Por uma sociedade sem manicômios.
Texto: Patrícia Garcia
Edição: Thereza Marinho