Universidade Federal do Espírito Santo
Em cerimônia realizada nesta quarta-feira, 7, no auditório do Programa de Pós-Graduação em Física da Ufes, campus de Goiabeiras, pesquisadores da Universidade e o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) José Antonio Bof Buffon assinaram os contratos de financiamento de quatro projetos de pesquisa de instituições de ensino superior sediadas no Espírito Santo. Os projetos foram contemplados no edital Capes/ANA/Fapes/Fapemig/CNPq, que apoia as redes de pesquisas que visam à recuperação da Bacia do Rio Doce.
Três projetos coordenados por professores da Ufes foram aprovados: “Impactos associados à lama de rejeito nos habitats marinhos e estuarinos da foz do Rio Doce: uma visão geológica, física, química e biológica”, coordenado por Alex Cardoso Bastos (Departamento de Oceanografia); “Impactos dos rejeitos de minério da Samarco na biogeoquímica do solo, na biodiversidade e no funcionamento de ecossistemas na foz do Rio Doce”, coordenado por Ângelo Fraga Bernardino (Departamento de Oceanografia); e “Uma infraestrutura de e-science voltada à gestão da qualidade de água na bacia do Rio Doce”, coordenado por João Paulo Andrade Almeida (Departamento de Informática). O quarto projeto é da Universidade de Vila Velha, intitulado “Contribuição para a recuperação da biota aquática do baixo Rio Doce”, coordenado pelo professor Levy de Cardoso Gomes.
O edital é uma parceria entre a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), a Fapes, Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a ANA (Agência Nacional de Águas).
Ao todo serão apoiados 16 projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, de caráter interdisciplinar, desenvolvidos em rede, em diferentes instituições de ensino superior, tais como os da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp/Araraquara). Professores da Ufes fazem parte de equipes de pesquisa dessas instituições, como é o caso do projeto “Sem o rio e sem o mar: implementação de tecnologia social para políticas públicas de recuperação da bacia do Rio Doce no Espírito Santo”, que será executado pela rede USP/Ufes/Uerj/Unisinos/Cebrap.
Impactos humanos
Segundo a professora Euzeneia Carlos, do Departamento de Ciências Sociais e integrante do projeto, “a Ufes é a principal instituição associada e esse é o único projeto aprovado que vai tratar dos impactos humanos do desastre”. Os trabalhos serão conduzidos pela professora Euzeneia, que é coordenadora do Núcleo de Pesquisa Participação e Democracia (Nupad/Ufes).
Para saber mais a respeito das atividades desenvolvidas pelo Núcleo, acesse a Revista Universidade.
Nesse edital, foram selecionadas propostas visando à formação de recursos humanos em nível de pós-graduação stricto sensu e à geração de conhecimento, tecnologias e processos, tendo como objetivo a Recuperação da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e ecossistemas associados, nas áreas temáticas do edital: Estudos Socioeconômicos, Uso do solo, Qualidade de vida, Áreas degradadas, Qualidade da água, Biota, Mata Atlântica, Ecossistemas de estuário, Redução de resíduos, Saneamento básico e Governança. Pelo edital, estão previstos recursos de custeio, capital e bolsas nas modalidades de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado, Pós-doutorado no País e Desenvolvimento Tecnológico. Desde a ocorrência da tragédia, em novembro de 2015, a Ufes vem desenvolvendo diversas ações de pesquisa e extensão na região atingida, como a coleta de amostras no litoral norte e intervenções junto à comunidade local, principalmente por meio de recursos próprios.
Estiveram presentes ao encontro o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Aladim Cerqueira; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufes, Neyval Costa Reis Júnior (na foto, assinando o contrato); o diretor-presidente da Fapes, José Antônio Buffon; a diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Andreia Carvalho; e o diretor de Infraestrutura e Preservação de Distribuição Hídrica da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Anselmo Tozi; além de autoridades acadêmicas.
Texto: Letícia Nassar
Edição: Thereza Marinho