Ufes e OMS realizam pesquisa sobre saúde de refugiados com foco em casos de tuberculose

O Laboratório de Epidemiologia da Ufes (LabEpi) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão realizando uma pesquisa para conhecer a situação de saúde dos migrantes e refugiados que estão no Brasil, com foco nos casos de tuberculose (TB) e de infecção latente de tuberculose (ILTB), ou seja, quando a pessoa foi infectada, mas não está com a doença ativa. Estão sendo levantadas informações sobre os cuidados com essa população – sobretudo sírios, venezuelanos, bolivianos e haitianos, que são os povos que mais buscam abrigo no nosso país hoje – e a estrutura para diagnóstico de tuberculose. A expectativa é entrevistar aproximadamente mil pessoas entre migrantes e profissionais de saúde.

“A tuberculose, assim como a COVID-19, é uma doença de transmissão respiratória fácil. A situação de migração favorece o desenvolvimento de algumas doenças, principalmente infecciosas”, alerta a professora do Departamento de Enfermagem da Ufes e uma das coordenadoras do LabEpi, Ethel Maciel, responsável pela apresentação do projeto à OMS. Segundo a pesquisadora, 1.300 novos casos de tuberculose são registrados por ano no Espírito Santo. No Brasil, são 90 mil, com uma média de cinco mil mortes anualmente.

A pesquisa proposta pela Ufes e aprovada pela OMS é em âmbito nacional, com foco nas cidades de fronteira, como Boa Vista (RR) e Manaus (AM) – onde  ocorre a Operação Acolhida, do Ministério da Cidadania –, além de São Paulo (SP), porta de entrada dos haitianos e bolivianos, e Curitiba (PR), onde há um grande número de refugiados da guerra da Síria. Por meio de um questionário on-line direcionado aos estrangeiros, a pesquisa pretende levantar as origens, as rotas de mobilidade e a demografia.

Segundo Ethel Maciel, os estudos realizados no Brasil para avaliar a dinâmica da transmissão da tuberculose nas regiões de fronteira ainda são poucos e não há uma política nacional para a consolidação de planos, programas e projetos voltados à população de migrantes refugiados que promovam proteção social a esses cidadãos. A expectativa é que esse projeto cumpra o papel de fomentar o debate sobre uma política para os refugiados. A professora lembra que a pesquisa está alinhada com os objetivos da Cátedra Sérgio Vieira de Mello da Ufes, parceria da Universidade com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

Fases

O projeto está sendo desenvolvido em três fases: a primeira analisa as bases de dados nacionais que possuem informações de migrantes estrangeiros; a segunda é o inquérito eletrônico e a coleta direta de dados nas quatro cidades selecionadas; e a terceira avaliará um plano de ações de saúde voltado à população indígena venezuelana de Manaus.

 

Texto: Sueli de Freitas
Edição: Thereza Marinho

 

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