Representantes da Ufes e do município da Serra se reuniram nesta segunda-feira, 15, para alinhar os detalhes finais do projeto de revisão do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), que visa reduzir os riscos de desastres na cidade. A pesquisa conjunta, que deve se tornar um instrumento de gestão pública, terá início no dia 1º de maio, com duração prevista de 18 meses. A reunião aconteceu no gabinete do prefeito, Sérgio Vidigal, que participou do lançamento.
O projeto será desenvolvido sob coordenação técnica do Laboratório de Geomorfologia e Gestão de Redução de Riscos e Desastres (LabG2R2d/Ufes), a partir de um acordo de adesão entre a Secretaria Nacional de Periferias (SNP), vinculada ao Ministério da Cidades (Mcid), e o município da Serra. O LabG2R2d foi escolhido pela SNP/Mcid, tornando a Ufes uma das 16 instituições federais de todo o Brasil a ter um representante nas ações desse tipo do Ministério.
Mapeamento
O atual PMRR é uma revisão do projeto de 2016 e faz uma ampliação da atuação para espaços ainda não mapeados. O mapeamento do PMRR agrega áreas de risco médio, alto e muito alto, tanto para movimentos de massa (escorregamentos e quedas/tombamentos de blocos e lascas) quanto para inundações e enchentes. “No plano, além de fazer o mapa, também iremos indicar as ações estruturais, como obras, e não estruturais, como ações educativas, oficinas e mapeamento comunitário para cada área indicada com risco alto e muito alto”, explica a professora do DG e pesquisadora do LabG2R2d Ana Christina Gimenes.
Durante a reunião, foi definido que as medidas estruturais efetivadas serão aquelas que tiverem a melhor relação custo-benefício, seguindo sempre que possível as Soluções Baseadas na Natureza (SbN). “A hierarquização das futuras medidas considerará as populações de maior vulnerabilidade social sobrepostas a áreas de risco muito alto e, depois, risco alto”, ressalta Gimenes. A categorização da vulnerabilidade social será feita com base nos dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aliado às fichas de campo da equipe técnica.
Investimento
A escolha pelo município da Serra foi feita pelo SNP, que elencou 20 cidades do Brasil que apresentavam características específicas, como quantitativo de pessoas expostas a situações de risco. “A Serra tem aspectos que necessitam ser trabalhados, como a população numerosa. Além disso, está concentrada em um cenário urbano vasto e com ambientes diversos, com significativo dinamismo quanto à expansão das áreas ocupadas”, diz o professor do Departamento de Geografia (DG) Antônio Celso Goulart, coordenador do LabG2R2d.
Para ele, a reunião proporcionou um momento único de materialização do investimento público federal no município: “Esse projeto auxiliará na construção de um documento importantíssimo para o crescimento da Serra e concretiza a efetiva parceria entre a prefeitura, a SNP e a Ufes”, avalia.
A equipe do LabG2R2d que está à frente do projeto é composta por 11 pessoas, entre professores (incluindo uma docente do Instituto Federal do Espírito Santo) e estudantes de graduação e pós-graduação. As atividades do Laboratório têm apoio da SNP/Mcid, da Defesa Civil da Serra e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Brasília.
Fotos: Divulgação