Hucam seleciona voluntários para pesquisa sobre novo medicamento para hepatite B

18/04/2024 - 15:24  •  Atualizado 18/04/2024 15:36
Texto: Duilo Victor (Hucam/Ufes)     Edição: Thereza Marinho
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Profissional da saúde tira amostra de sangue do dedo de um paciente.

O Centro de Infectologia do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam/Ufes) está selecionando voluntários para participar de uma pesquisa que tem como finalidade disponibilizar um novo medicamento que aumente as chances de cura das pessoas com hepatite B.

Podem se candidatar homens ou mulheres diagnosticados com hepatite B crônica há pelo menos seis meses, que estejam tomando medicamento para doença de forma regular por igual período e com carga viral indetectável.

A infectologista Tania Reuter, pesquisadora responsável pelo estudo, e a coordenadora médica, Rúbia Miossi, informam que os critérios para seleção serão avaliados por meio de exames de sangue. Elas destacam que, ao ser voluntário de um estudo desta natureza, a pessoa tem a oportunidade de ter um acompanhamento mais constante com uma equipe especializada.

“Esses voluntários terão a oportunidade de participar do desenvolvimento de uma nova medicação que já tem evidências de boa resposta quanto à cura da hepatite B e, desta forma, terão acesso ao medicamento em primeira mão”, afirmam as pesquisadoras.

A seleção de voluntários está em andamento e segue até 25 de maio, no Centro de Infectologia do Hucam/Ufes. Pacientes em tratamento e já assistidos pelo centro terão prioridade na seleção. A primeira fase do estudo, na qual os participantes farão uso do medicamento, terá duração de 24 semanas e, posteriormente, os pacientes voluntários terão acompanhamento especializado por dois anos. Os interessados em participar do estudo podem entrar em contato com o Centro pelo telefone (27) 99909-4077.

Estudo mundial

Tânia Reuter, que coordena o Centro de Infectologia desde 2002, explica que o estudo abrange 48 países, incluindo o Brasil, sendo coordenado pela Glaxo SmithKlein (GSK), indústria farmacêutica do Reino Unido. No Brasil, a coordenação do estudo é feita pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Ao todo são oito centros de pesquisas envolvidos na investigação, compreendendo as regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país.

No Espírito Santo, serão selecionados dez voluntários, número superior aos demais estados envolvidos. Isso se deve ao fato do estado ter uma maior variedade de vírus da hepatite B e ser um dos estados brasileiros com frequência média/alta de pessoas contaminadas pelo vírus.

Para Reuter, a pesquisa representa mais um avanço na busca pela cura desta doença. “Durante o estudo, os voluntários usarão o novo medicamento associado com a medicação regular do tratamento. Com isso, nosso objetivo é acelerar a perda da partícula do vírus da hepatite B, HBsAg, que caracteriza a cura funcional para a doença”, destaca.

O Centro de Infectologia do Hucam/Ufes já participou de dezenas de estudos voltados para o desenvolvimento de novos medicamentos para hepatites virais, conforme destaca Tânia Reuter. “Estudos como estes deram origem a medicações disponíveis hoje para o tratamento de hepatite pelo SUS”, afirmou.

Sobre a doença

A hepatite B é uma doença causada por um vírus que ataca o fígado e pode ser transmitida de diferentes maneiras, como a prática sexual desprotegida, compartilhamento de seringas, lâminas de barbear e outros objetos semelhantes, além da transmissão de uma mãe infectada para o filho durante a gestação ou parto.

Trata-se de uma doença que não tem cura, mas há tratamentos disponíveis por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de diminuir o avanço dela e as complicações causadas aos indivíduos infectados.

Foto: Rovena Rosa - Agência Brasil

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