Nutrição faz pesquisa sobre refeições fora de casa no contexto da pandemia

11/09/2020 - 18:41  •  Atualizado 15/09/2020 11:53
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O curso de Nutrição da Ufes está realizando a pesquisa Práticas e percepções do consumidor quanto à realização de refeições fora do lar no contexto da pandemia de COVID-19. Proposto pelas professoras Jackline Freitas e Érica Moraes, o estudo tem o objetivo de verificar se houve uma mudança de comportamento dos consumidores em relação ao consumo de alimentos em restaurantes, lanchonetes e padarias durante a pandemia e o que se conhece sobre as medidas necessárias para reduzir a possibilidade de contaminação pelo novo coronavírus nesses estabelecimentos.

O público-alvo são pessoas com mais de 18 anos e que possuem o hábito de realizar refeições fora da residência. A pesquisa está sendo feita no Espírito Santo, e a previsão para a finalização da coleta de dados é até 25 de setembro.

“Apesar de, até o momento, não existir evidências científicas da transmissão da COVID-19 pelos alimentos, é essencial que os estabelecimentos que comercializam refeições atendam as medidas de segurança. Com a retomada do funcionamento dos restaurantes em algumas cidades brasileiras, desperta-se a preocupação quanto à segurança e à possibilidade de transmissão do novo coronavírus nesses ambientes”, afirma Jackline Freitas.

Ela lembra que os restaurantes, em sua rotina, já devem seguir as boas práticas de manipulação de alimentos como premissa para fornecimento de refeições seguras aos clientes. Com a pandemia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou três notas técnicas específicas para empresas produtoras de alimentos: NT 47/2020, NT 48/2020  e NT 49/2020. “Os estabelecimentos também devem seguir as orientações e as regras estabelecidas pelos governos e prefeituras no enfrentamento da pandemia”, acrescenta a pesquisadora.

Questionário

O questionário da pesquisa contém 23 perguntas, que vão desde hábitos antes da pandemia, como o que a pessoa observava no estabelecimento onde costumava realizar refeições – localização dos alimentos; limpeza dos utensílios, do ambiente e dos atendentes; preço; temperatura dos alimentos; preferências dos pratos – passando pelas mudanças ocasionadas pela pandemia – onde está fazendo as refeições; se prepara em casa ou opta pelo delivery – até o que pretende fazer diante da retomada do funcionamento de restaurantes comerciais – se a pessoa se sente segura para voltar a consumir nesses ambientes ou não. Também há perguntas sobre as medidas de segurança para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

“Com essas informações, entenderemos se ocorreu uma mudança de comportamento do consumidor diante da situação de pandemia. Poderemos, também, por meio das respostas obtidas, verificar se os consumidores apresentam dúvidas quanto às medidas de segurança necessárias para reduzir a possibilidade de transmissão do vírus nesses locais”, explica Jackline Freitas.

A ideia, segundo a pesquisadora, é divulgar os resultados para a comunidade científica, bem como para consumidores e donos de estabelecimentos. “Os consumidores precisam estar atentos se os serviços de alimentação atendem as recomendações fornecidas pela Anvisa, bem como as regras estabelecidas pelos governos e prefeituras. Além disso, essas informações serão de extrema relevância para os donos dos estabelecimentos compreenderem quais são as percepções e receios dos consumidores quanto ao consumo de alimentos fora do lar nesse momento”, afirma.

Boas práticas

O projeto de extensão Boas práticas de manipulação em serviços de alimentação: avaliação e orientação para produção de alimentos seguros, coordenado por Jackline Freitas, tem um perfil no Instagram no qual são divulgadas informações relevantes sobre boas práticas na manipulação de alimentos, incluindo cartilhas sobre cuidados com higienização e o que fazer ao receber comidas por serviços delivery em tempos de COVID-19. “Devido às medidas de distanciamento social, uma das atividades que pretendemos realizar são oficinas virtuais sobre higiene e manipulação de alimentos”, completa a professora.

 

Texto: Sueli de Freitas
Imagem: Freepik
Edição: Thereza Marinho