O Núcleo de Doenças Infecciosas do Centro de Ciências da Saúde da Ufes (NDI-Ufes) abrigará o primeiro laboratório de nível de biossegurança 3 (Lab NB-3-Ufes) no Espírito Santo, o que permite pesquisas com micro-organismos que representam alto risco no processo de manipulação, como o vírus causador da COVID-19.
Para ser elevado do nível de biossegurança 2 (NB2) para o nível de biossegurança 3 (NB3), o maior para instituições de ensino – o nível 4 na classificação da Anvisa é destinado a centros de pesquisa e indústrias –, o laboratório receberá um investimento de R$ 1.944.107,51, sendo R$ 1 milhão destinados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e o restante dos recursos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Na noite desta quarta-feira, 2, o Ministério lançou o Sistema Nacional de Laboratórios de Alto Nível de Biossegurança, um programa de modernização de 18 laboratórios contemplados de categoria NB2 para NB3, no qual o da Ufes está inserido. O reitor Paulo Vargas esteve presente à solenidade realizada em Brasília (na foto, de gravata vermelha, ao lado de representantes de outros institutos de pesquisa).
Obras e equipamentos
As obras de infraestrutura e a compra de equipamentos para a elevação do nível de biossegurança do laboratório devem ser iniciadas ainda neste ano. Dentre as adequações, estão a instalação de sistema de pressão negativa para exaustão e filtração do ar do interior do ambiente. O laboratório contará com cabines de segurança biológica, citômetro de fluxo, centrífuga, ultrafreezeres e incubadoras biológicas, entre outros equipamentos. A expectativa é que, já no início de 2021, tudo esteja pronto para receber as pesquisas que exigem um nível maior de segurança na manipulação de micro-organismos.
Segundo o professor do Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e coordenador do projeto Estruturação de laboratório NB3 para isolamento e caracterização de patógenos de alto risco biológico, Daniel Gomes, há, no Espírito Santo, 14 projetos de pesquisa que envolvem o vírus SARS-CoV-2 com potencial direto de utilização do Lab NB-3-Ufes. “Se não tivéssemos conseguido estruturar esse laboratório, teríamos que utilizar outras universidades parceiras para desenvolver as pesquisas na fase de manipulação do vírus”, afirmou. Além dos projetos sobre o novo coronavírus, o laboratório será utilizado em pesquisas com, por exemplo, Mycobacterium tuberculosis (tuberculose), Mycobacterium leprae (hanseníase), Ebola vírus e HIV.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Valdemar Lacerda Jr., lembra que o laboratório apoiará a realização de atividades de pesquisas vinculadas a oito programas de pós-graduação (PPG Doenças Infecciosas, PPG Biotecnologia, PPG Ciências Fisiológicas, PPG Saúde Coletiva, PPG Educação Física, PPG Química, PPG Engenharia Ambiental, PPG Bioquímica), 77 pesquisadores e, aproximadamente, 210 alunos da pós-graduação. “A Ufes contará com uma estrutura para realização de procedimentos de isolamento, manipulação, cultivo e caracterização de organismos de alto risco biológico. Isso vai permitir à Universidade e ao Espírito Santo independência científica e crescimento nas pesquisas”, afirma.
O Lab NB-3-Ufes também disponibilizará sua estrutura para outras instituições de ensino superior localizadas no Espírito Santo, como o Ifes e instituições privadas.
Na foto, na fila de trás, o presidente da Rede Nacional de Pesquisas (RNP), Nelson Simões; o presidente do CNPq, Evaldo Vilela; o secretário do MCTI, Marcelo Morales; o ministro Marcos Pontes; e o diretor da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcelo Bortolini. Na fila de baixo, o reitor da Ufes, Paulo Vargas, e representantes dos demais institutos de pesquisa.
Texto: Sueli de Freitas
Foto: Assessoria de Comunicação do MCTI
Edição: Thereza Marinho