O Conselho Universitário da Ufes, em sessão extraordinária realizada nesta quinta-feira, 11 de outubro, aprovou uma moção em defesa da democracia e dos direitos humanos. O Conselho Universitário é o órgão superior deliberativo e consultivo da Ufes em matéria de política universitária, administrativa, financeira, estudantil e de planejamento. No total, é composto por 30 membros, entre eles gestores da Universidade e representantes do corpo docente, dos servidores técnico-administrativos e dos estudantes.
Veja o texto na íntegra:
MOÇÃO
EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DOS DIREITOS HUMANOS
A Universidade Federal do Espírito Santo, considerando o momento político-eleitoral que vive o país, especialmente neste período do segundo turno das eleições presidenciais, vem a público, assim como diversas instituições de ensino, reafirmar-se como instituição democrática, com pluralidade de ideias e opiniões, em um ambiente de debate livre, propício ao contraditório que constrói e revigora.
Fiel aos princípios constitucionais garantidores dos direitos fundamentais, a Universidade é o locus primordial do exercício das liberdades, em especial, da liberdade de todos de manifestar seu pensamento, expressando-se científica, cultural e politicamente sem nenhuma forma de censura ou proibição.
É natural e necessário que ocorram nos espaços acadêmicos manifestações pacíficas e organizadas de posições político-ideológicas de todas as matrizes, devendo sempre, todas elas, basearem-se no respeito, na tolerância e na boa convivência. Inaceitável, por conseguinte, é toda e qualquer forma de violência, agressão, depredação, confronto ou intimidação.
O Conselho Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo, na Sessão Extraordinária do dia 11 de outubro de 2018, decidiu, por unanimidade, manifestar-se, assim, pela inteligência coletiva e apelo ao bom senso individual para que não seja reproduzido dentro da Universidade o clima de animosidade, de exacerbação e de tumulto que, lamentavelmente, tem-se visto em alguns espaços públicos. Que esta instituição se sobressaia como campo de reflexão, crítica, proposição e argumentação, sempre em defesa da democracia, como espera a sociedade.
Neste momento de ameaças aos direitos duramente conquistados, de extremismos, dos discursos de ódio e violência, é imprescindível que o país busque unidade em torno da defesa da democracia, da legitimidade das instituições, da justiça social e da liberdade.
Sala das Sessões, 11 de outubro de 2018.
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL
Conselho Universitário
Na Presidência