Em audiência pública, Comissão da Verdade ouve depoimento de Laura Coutinho

08/10/2014 - 16:19  •  Atualizado 09/10/2014 17:16
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A Comissão da Verdade da Ufes realiza nesta quinta-feira, dia 9, a primeira audiência pública na qual será ouvido o depoimento da cirurgiã dentista Laura Coutinho, ex-aluna da Universidade que foi presa e torturada na época da ditadura militar. A audiência será realizada às 14 horas, na sala de sessões do Departamento de Administração dos Órgãos Colegiados (Daocs).

A coleta deste depoimento é mais uma etapa do trabalho da comissão, que já entrevistou nove pessoas. “Por se tratar de um caso de grave violação dos direitos humanos, a pedido da Comissão Nacional da Verdade a oitiva de Laura Coutinho se dará por meio de audiência pública”, explica o coordenador da Comissão da Verdade da Ufes, professor Pedro Ernesto Fagundes.  

Tortura

Laura Coutinho e seu primeiro marido, João Amorim Coutinho, foram presos em casa, em março de 1971. Na época eles eram estudantes de odontologia e militavam dentro e fora de partidos políticos. Eles ficaram presos por uma semana no Espírito Santo e depois foram levados para São Paulo onde Laura, que estava grávida, perdeu o filho após uma sessão de torturas.

A audiência pública contará com a presença de autoridades e representantes de outras comissões da verdade e da Comissão Nacional de Anistia. O depoimento servirá de subsídios para o relatório final da Comissão da Verdade da Ufes.

Documentário

Também nesta quinta-feira, às 19 horas, será exibido no Cine Metrópolis o documentário 500 – Os bebês roubados pela ditadura argentina, do diretor Alexandre Valenti. A sessão será aberta ao público e tem entrada gratuita.

O filme relata o sequestro de bebês e crianças, filhos de presos e desaparecidos políticos ou nascidos em prisões clandestinas, realizado entre os anos de 1976 e 1983, época em que a Argentina viveu sob uma ditadura militar.

Por Thereza Marinho