Pesquisa mostra como os aspectos psicossociais afetam a escolha profissional

28/05/2021 - 12:00  •  Atualizado 01/06/2021 20:24
Compartilhe

Uma pesquisa realizada com estudantes do ensino médio de duas escolas públicas da rede estadual no município de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Espírito Santo, revela que fatores socioeconômicos e acesso a informações têm relação direta com a forma como os adolescentes lidam com o momento de escolha profissional e planejamento da vida futura. O estudo foi desenvolvido pela pesquisadora Letícia Fonseca durante o mestrado, com orientação da professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Ufes Cláudia Pedroza, e envolveu 58 alunos concluintes do ensino médio, com idade entre 16 e 19 anos. O objetivo principal foi identificar os fatores que influenciam na escolha de carreira desses jovens.

A primeira etapa consistiu na aplicação de um questionário socioeconômico associado à Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional (EAE-EP), ferramenta utilizada na Psicologia que aponta o quanto o indivíduo sente-se capaz de realizar uma determinada atividade. Assim, foram levantados dados sobre quatro fatores: autoavaliação, coleta de informações ocupacionais, busca de informações profissionais práticas e planejamento de futuro. 

Na segunda etapa, os alunos foram convocados para entrevistas, momento em que foi possível entender melhor a opinião de cada um deles sobre o processo de qualificação profissional após a conclusão do ensino médio. Foi constatado que os participantes que obtiveram melhor desempenho na EAE-EP possuem maior acesso a informações. “São os participantes que se sentiam mais seguros para fazer a escolha profissional, com resultados mais direcionados, e apresentavam planos mais práticos para o futuro”, conta Letícia Fonseca.

Em contrapartida, os que obtiveram resultado baixo na EAE-EP mostraram muitas dúvidas, sem um parâmetro inicial. A pesquisadora destaca a influência das questões socioeconômicas na decisão sobre o futuro. “Houve participante cujo planejamento para o ano seguinte não era a faculdade, mas sim o trabalho, para juntar dinheiro”, conta. 

Na avaliação da pesquisadora, é importante que a escolha profissional seja encarada como uma política pública a ser tratada nas escolas de forma transversal e antes do terceiro ano do ensino médio.

Conheça outras pesquisas desenvolvidas pela Ufes no site da Revista Universidade.

 

Texto: Breno Alexandre (bolsista de projeto Comunicação)
Imagem:
Governo do ES
Edição: Sueli de Freitas