A Ufes conquistou sua quarta carta-patente para uma ideia inovadora na área de petróleo. Trata-se de um “processo para extração de sais de petróleo leves”. Os inventores são Cristina Maria Sad, Eustáquio de Castro, Milton Morigaki e Roberta Chimin, pesquisadores do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Metodologias para Análise de Petróleos da Ufes (LabPetro - foto).
“Essa patente refere-se a um processo que facilita e aumenta a eficiência na extração de sais do petróleo e, por consequência, reduz os custos”, explica o professor coordenador do LabPetro, Eustáquio de Castro. Ele destaca a participação das pesquisadoras Roberta e Cristina, que são técnicas-administrativas da Ufes lotadas no laboratório. “Tem sido uma política do nosso laboratório envolver alunos e técnicos-administrativos nos projetos de patentes”, afirma.
A carta-patente foi concedida no final de julho. Em março de 2019, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) também concedeu à Ufes o reconhecimento da patente “Processo e Sistema para Extração de Sais de Petróleo Leves e Pesados”, desenvolvido pelos pesquisadores do LabPetro.
A patente concedida é aquela que já passou por todos os trâmites processuais e, agora, a produção e a venda da ideia patenteada depende de autorização e pagamento ao titular do direito. A Universidade ainda não tem patente licenciada, quando o direito de produção e comercialização é negociado mediante interesse de terceiros. Na Ufes, quem cuida desse processo é a Diretoria de Inovação Tecnológica (DIT) da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), que vem registrando avanços significativos nos pedidos de registro de propriedade intelectual.
Processos em andamento
Um levantamento da DIT/PRPPG revela que, de 2009 a julho deste ano, os pedidos de registros somam 106 processos relacionados a patentes, 36 a programas computacionais, 21 a marcas e quatro relativos a cultivares (área agrícola). “A produção de inovação da Ufes é realizada, principalmente, nos trabalhos de pesquisa científica por estudantes da graduação e da pós-graduação, orientados pelos professores. O nosso papel é justamente proteger esse conhecimento gerado em todas as áreas do conhecimento”, afirma a diretora de Inovação Tecnológica, Maria José Pontes.
Ela destaca que o crescimento no número de pedidos de propriedade intelectual pode ser atribuído a um maior entendimento dos pesquisadores sobre a necessidade de proteção do conhecimento gerado. Por outro lado, as agências de fomento adotam o registro como um resultado relevante na produção do pesquisador, na qualidade de dissertações e teses. Outro fator que contribuiu para o aumento do número de registros é o fato de a DIT-PRPPG agilizar o procedimento para os pesquisadores conseguirem realizar o depósito. “A inovação entrou na agenda da Universidade e da sociedade”, afirma Maria José Pontes.
Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Valdemar Lacerda Jr., “os resultados da inovação tecnológica mostram que a Ufes está alinhada com os principais segmentos industriais do Espírito Santo, seja na área de mineração ou de petróleo e gás”. Ele destaca: “temos um número expressivo de patentes depositadas e quatro concedidas, sendo que, das três da área de Química, duas envolvem a Petrobrás e uma envolve a Vale; a outra é da área de Biotecnologia. Houve um pico de produção tecnológica os anos 2017 e 2018, depois tivemos um declínio com a diminuição do financiamento à pesquisa, mas que já foi retomado, e os resultados serão sentidos no final deste ano e em 2021”.
Texto: Sueli de Freitas
Foto: David Protti
Edição: Thereza Marinho