Professoras da Ufes são homenageadas com a Comenda Maria da Penha

17/11/2021 - 20:22  •  Atualizado 01/11/2022 09:23
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O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher é comemorado nesta quarta-feira, 17 de novembro. Para discutir o tema, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) promoveu na noite de terça-feira, 16, uma sessão solene para reconhecer e dar visibilidade às mulheres e às instituições que atuam no combate à violência contra a mulher no estado. Dentre as sete homenageadas com a Comenda Maria da Penha, estão duas professoras da Ufes: Ana Cláudia Hebling Meira e Rosely Maria da Silva Pires (foto).

Ana Cláudia Hebling Meira (na foto abaixo, à direita) é professora do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias, no campus de Alegre, e atua na região do Caparaó Capixaba, no Coletivo Feminista Umas pelas Outras. É também conselheira representante da Ufes no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Alegre. “Juntos, o coletivo e o conselho têm desenvolvido uma série de atividades para enfrentar a violência contra a mulher, realizando campanhas de conscientização, acolhimento de mulheres em situação de violência, articulação de instituições com vistas a garantir o cumprimento da Lei Maria da Penha nos municípios do Caparaó e eventos, entre outras”, disse a professora.

Rosely Maria da Silva Pires (na foto ao lado, à esquerda) é professora do Centro de Educação Física e Desportos e coordenadora do projeto de extensão Fordan: cultura no enfrentamento às violências, que há 16 anos atua na região de São Pedro, em Vitória, atendendo mulheres em situação de vulnerabilidade social, em sua maioria, vítimas de violência doméstica. Nos últimos anos, o projeto também tem acolhido mulheres de outras regiões da cidade e de outras classes sociais. “A violência contra a mulher é uma constante. Por isso, entreguei aos deputados um boletim de 115 páginas com as ações do nosso projeto e também apresentei denúncia sobre a necessidade de aplicação da Lei Maria da Penha na sua integralidade. Estamos em luta, por exemplo, no caso de uma professora que tem tido seus pedidos de medida protetiva continuamente negados pela Justiça”, afirmou a coordenadora do Fordan.

A sessão solene foi proposta pela deputada Iriny Lopes (PT). Durante o evento, a presidente da Comissão Permanente de Direitos Humanos da Ufes e professora do Departamento de Direito, Brunela Vincenzi, destacou a predominância dos homicídios de mulheres negras e defendeu políticas públicas diferenciadas para os diversos públicos sociais de mulheres. Brunela, que também é coordenadora do Laboratório de Pesquisas sobre Violência contra a Mulher (Lapvim/Ufes), revelou um dado preocupante: “Neste ano está acontecendo um aumento do feminicídio. Até outubro o número é maior que em 2020”, apontou.

 

Texto: Camila Fregona, com informações da Ales
Fotos: Lucas S. Costa (Ales - foto principal) e arquivo pessoal de Ana Cláudia Meira
Edição: Thereza Marinho