A Ufes recebeu nesta sexta-feira, 2, no campus de Goiabeiras, 20 trabalhadores apenados que prestarão serviço na Universidade. A medida faz parte de um convênio firmado entre a Ufes e a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) com a finalidade de promover a ressocialização de presos que cumprem pena em regime semiaberto.
Os internos chegarão ao campus pela manhã e atuarão nas áreas externas, realizando a manutenção da área verde. Ao final da tarde, os trabalhadores retornarão ao presídio de Xuri, em Vila Velha.
A seleção e a supervisão dos internos que trabalharão na Ufes foi realizada pela Gerência de Manutenção da Prefeitura Universitária.
Nesta sexta, eles foram recebidos em uma solenidade com a presença do reitor Reinaldo Centoducatte, da vice-reitora Ethel Maciel, de servidores da Universidade e de representantes da Sejus e do Tribunal de Justiça.
“Atualmente, mais de 200 empresas contratam mão de obra de internos. São empresas que acreditam na ressocialização. A Ufes ter internos trabalhando aqui é muito simbólico. Quero agradecer à Universidades por acreditar nesse processo de reeducação social e dizer que estamos à disposição para que esse projeto dê certo”, disse a gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kieper do Nascimento.
Compromisso
O reitor Reinaldo Centoducatte afirmou que este convênio representa a ampliação de um compromisso que a Ufes tem com a sociedade.
“Nós somos uma instituição pública e esse trabalho é a ampliação de um compromisso da Ufes com a sociedade. Essa ação é importante para a construção de uma sociedade melhor para todos nós”, afirmou.
O reitor lembrou ainda que a Universidade já atua no projeto Universidade no Cárcere, proposto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem como um dos objetivos prestar serviço de assistência jurídica, de saúde, psicológica, de educação e profissionalizante a detentos e familiares. Além disso, a universidade também poderá oferecer cursos de graduação e realizar pesquisas envolvendo os presos.
Pelo convênio firmado com a Sejus, cada trabalhador apenado receberá um salário mínimo (R$ 937,00) pelo serviço prestado, sendo que ele tem acesso a 1/3 deste valor. Do restante, 1/3 é destinado para assistência à família do interno e 1/3 é destinado a uma conta poupança à qual ele poderá ter acesso após sair da prisão. À Ufes também compete fornecer vale-transporte, uniforme e equipamentos de proteção individual (EPI) aos trabalhadores.
Texto: Thereza Marinho
Foto: Isabella Altoé (estagiária de Comunicação)