Universidade Federal do Espírito Santo
O professor Valdemar Lacerda Jr. assumiu nesta quarta-feira, 1º de julho, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da Ufes com o propósito de avançar no processo permanente de busca por maior qualidade dos programas de pós-graduação e no fomento à pesquisa na Universidade. Ele substitui professor do Departamento de Engenharia Ambiental Neyval Costa Reis Júnior, que dirigiu a PRPPG por oito anos.
“Pretendo continuar o excelente trabalho que vinha sendo desenvolvido pelo professor Neyval buscando, cada vez mais, a qualidade dos cursos, e criando as condições para melhorar os programas com conceito 3 e 4, e para que os programas com conceito 5 possam alcançar o conceito 6 da Capes”, afirmou o novo pró-reitor.
Professor do Departamento de Química da Ufes desde 2006 e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Química de 2011 até 2019, Lacerda Jr. é pós-doutor em Química Orgânica. Na gestão que se encerrou na última terça-feira, 30, era o diretor de Pós-Graduação da Pró-Reitoria.
Segundo o professor, sua gestão, em alinhamento com a Administração Central, terá como base o Programa de Melhoria da Pós-Graduação, o apoio técnico aos programas de pós-graduação e a garantia da parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) para o fomento das atividades, assim como a manutenção do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP/Ufes) como instrumento de apoio institucional aos projetos.
Dentre as novas ações a serem implementadas, Lacerda Jr. destaca o novo sistema acadêmico da pós-graduação integrado ao Sistema de Informações para o Ensino (SIE); a certificação digital dos diplomas dos cursos de especialização, de mestrado e de doutorado; um novo sistema de projetos e iniciação científica; a aquisição da plataforma Stela Sperta, que permitirá extrair métricas utilizadas pela Capes na avaliação dos programas de mestrado e de doutorado; e a aquisição de um sistema de verificação de similaridade/plágio para ser utilizado em análise de dissertações, teses e artigos científicos.
“Essa plataforma Stela Sperta permitirá à PRPPG, juntamente com os programas de pós-graduação (PPGs) e a partir da análise das métricas, melhor organização interna, com estratégias para atingir melhores índices nas avaliações dos cursos”, explicou o pró-reitor. Ele ressalta que outras propostas de ações importantes são a criação de redes sociais próprias da PRPPG no Facebook e no Instagram e o lançamento de versão em espanhol dos sites dos PPGs.
Programa de melhoria
O Programa de Melhoria da Pós-Graduação (Propos) é um dos legados da gestão anterior que será mantido pela PRPPG. Implantado com o objetivo de promover a melhoria gradual do conceito Capes dos programas de pós-graduação, o Propos permite um planejamento estratégico a partir das diretrizes de cada área de avaliação.
Segundo o professor Neyval Costa Reis Júnior, que ficou à frente da PRPPG por oito anos, como resultado de ações estratégicas, houve significativa melhoria de qualidade dos programas de pós-graduação da Universidade. Em 2010, a Ufes possuía 13 cursos de doutorado, sendo apenas três com conceito Capes igual a 5 (0,5% dos PPGs com essa nota). Em 2013, passou a ter 18 cursos de doutorado, sendo sete com conceito 5 (1,2% dos PPGs com essa nota).
Na última avaliação, em 2017, a Ufes já apresentava 27 cursos de doutorado, sendo 13 com conceito Capes igual a 5 (1,7% dos PPGs com essa nota). Ou seja, o crescimento dos PPGs com nota 5 vem aumentando percentualmente ao longo dos últimos três ciclos avaliativos.
Além do crescimento dos programas com nota 5, oito passaram de conceito 3 para 4. Dessa forma, os PPGs com conceito 4 e 5 já representam a maioria dos programas da instituição (58%), indicando a consolidação da pesquisa e da pós-graduação.
“A maioria dos cursos que não melhorou de conceito foi implantada recentemente, ou seja, ainda se encontra em processo de consolidação. Isso exigirá ações entre a PRPPG e os PPGs de planejamento conjunto para superação da nota 3”, avaliou o professor Reis Júnior.
Desempenho
Outro dado apresentado pelo professor foi do ranking internacional Scopus (Scimago Institutions Rankings), segundo o qual a Ufes ficou entre as top 30 universidades latino-americanas em pesquisa em 2019, ocupando a posição 29ª no ranking, considerando critérios como número de publicações, colaboração internacional, impacto, qualidade dos veículos, excelência e liderança científica.
“Em oito anos, o que tivemos de mais importante foi o crescimento da pós-graduação. Devo muito ao Emmerich (professor Francisco Emmerich, pró-reitor na gestão 2004-2012), que deixou uma série de políticas de expansão da pós-graduação em curso e eu pude ajustar essa estrutura”, afirmou Reis Júnior. Ele lembra que as primeiras ações foram incentivar o planejamento estratégico dos programas de pós, considerando cada um dos quesitos da avaliação da Capes, e elaborar estratégias para melhorias, com ações internas dos programas, mas também pensando no financiamento, inclusive discutindo isso com a Administração Central. “Conseguimos consolidar a pós-graduação na Ufes”, comemora ele, acrescentando que, atualmente, são cerca de 1.200 professores atuando nesse segmento, o que mostra o engajamento dos docentes.
Segundo Reis Júnior, o resultado desse trabalho, que buscou prover os itens necessários à melhoria dos cursos de pós-graduação, está refletido em indicadores qualitativos e quantitativos que mostram o desempenho da Ufes acima da média nacional nas áreas de pós-graduação e de pesquisa.
Texto: Sueli de Freitas
Imagem: Daniela Teixeira - Laboratório do curso de Gemologia da Ufes
Edição: Thereza Marinho