Universidade Federal do Espírito Santo
Para uma instituição de ensino superior pública, cada ano de existência traz oportunidades para novas realizações e avanços em seus diversos campos de atuação. Ao completar 67 anos celebrados neste dia 5 de maio, a Ufes traz consigo muitas histórias de obstáculos vencidos e metas superadas.
Mas o futuro se apresenta a cada dia e, com ele, surgem novos desafios, acompanhando as demandas que continuamente se manifestam por meio da sociedade, o que exige da instituição e de seus gestores resiliência e capacidade de inovação para se adequar às novas necessidades.
Contemplando o passado, mas com o olhar voltado para o futuro, os pró-reitores da Ufes fizeram uma análise das principais conquistas e dos principais desafios colocados em suas respectivas áreas de atuação. Dentre eles, estão o aprimoramento da política de permanência dos estudantes, a melhoria dos conceitos dos cursos de pós-graduação e o investimento em novas soluções tecnológicas para melhorar as condições de trabalho e manter o funcionamento da instituição mesmo diante dos cortes orçamentários do governo federal. Confira:
Cláudia Gontijo, pró-reitora de Graduação – “A Ufes tem se mantido como a maior instituição de ensino superior do estado, em toda a sua existência. E o ensino de graduação tem sido a ação mais abrangente da Universidade, em quantidade de vagas oferecidas e em diversidade de áreas de conhecimento, alcançando 103 cursos de graduação. As conquistas são muitas e todas importantes em seus respectivos momentos históricos. Cito a mais recente, que foi a construção de uma política de ensino na pandemia, proporcionando a continuidade das aulas por meios virtuais, ação que contou com participação decisiva de nossa pró-reitoria, juntamente com a Câmara Central de Graduação. O grande desafio é o aprimoramento da política de permanência dos estudantes”.
Gustavo Forde, pró-reitor de Assuntos Estudantis e Cidadania – "A principal conquista foi a aprovação e implementação, em 2007, da política de inclusão social. Ela deu início ao processo de democratização do acesso ao ensino superior da Universidade, política que foi aperfeiçoada em 2012 com a Lei Federal 12.711, que ampliou com foco na população negra, indígena e pessoas com deficiência. O maior desafio está em consolidar a permanência efetiva e de qualidade aos estudantes que são público das Políticas de Assistência Estudantil e de Ações Afirmativas, garantindo-lhes políticas assistenciais de inclusão, acessibilidade, socialização e ações afirmativas no âmbito dos diversos espaço-tempo da comunidade acadêmica".
Josiana Binda, pró-reitora de Gestão de Pessoas – “O maior desafio na área de Gestão de Pessoas, ao longo das últimas décadas, tem sido acompanhar as transformações digitais, as mudanças nos processos de trabalho e manter o cuidado, a valorização e o reconhecimento das pessoas como o ativo mais importante da Instituição. A perspectiva para o futuro é o aprendizado de novas formas de trabalho frente à ressignificação dos conceitos de tempo e espaço. Agregar as novas soluções tecnológicas para melhorar as condições de trabalho e investir ainda mais no cuidado, promoção e prevenção da saúde dos trabalhadores".
Renato Neto, pró-reitor de Extensão – “A Ufes construiu, ao longo de sua história, uma relação muito próxima e intensa com a sociedade. Hoje, por meio das mais de 800 ações extensionistas, a Universidade se faz presente em todos os municípios capixabas com ensino, pesquisa e assistência com cooperações junto aos setores público e privado, e também diretamente, atendendo a população. O nosso desafio é levar esta experiência a todos os estudantes da Ufes com a creditação da extensão nos cursos da graduação”.
Rogério Faleiros, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional – “A maior conquista na área de atuação da Proplan é a adoção de planejamento de médio prazo, por meio do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Acabamos de aprovar o terceiro PDI da Ufes, projetando metas para os próximos 10 anos. O primeiro adotado na Ufes foi o de 2010-2014 e o segundo de 2015-2019. Destacamos também a produção de dados e indicadores que alimentam as plataformas e censos educacionais e o relatório de gestão publicado anualmente. São elementos que visam à transparência e ao subsídio necessário à tomada de decisões por parte da Administração Central e dos Conselhos Superiores. Temos sob competência da Proplan a gestão orçamentária, que é uma peça essencial para a gestão de toda a Universidade. Penso que os maiores desafios são de ordem orçamentária, pois já há alguns anos convivemos com um verdadeiro desmanche. É necessário que as autoridades nacionais compreendam o valor da educação superior como veículo de construção de uma nação soberana”.
Teresa Carneiro, pró-reitora de Administração – “A maior conquista foi a implantação do Projeto Ufes Digital. Esse projeto possibilitou a digitalização dos processos administrativos, a tramitação pelo sistema Protocolo Web, a redução de custos, a agilidade de tramitação de documentos, a transparência das informações. Além disso, foi o principal suporte ao trabalho remoto durante a pandemia da covid-19. O maior desafio foram os cortes orçamentários que atingiram as universidades desde 2017 até hoje. Vários ajustes foram necessários para adequar os gastos ao orçamento disponível. Vale destacar o Plano de Gestão Orçamentária (PGO), desenvolvido em parceria com a Proplan, que prevê a descentralização de uma parte do orçamento da Universidade para as unidades administrativas, objetivando uma alocação mais eficiente dos recursos orçamentários escassos. Dessa forma, os gestores podem escolher os gastos prioritários de acordo com as características das unidades pelas quais são responsáveis”.
Valdemar Lacerda Jr., pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação – “A maior conquista da Ufes é, sem dúvida alguma, se consolidar como a principal instituição de pesquisa e pós-graduação do Espírito Santo, respondendo hoje por mais de 76% dos cursos de mestrado e 90% dos cursos de doutorado do estado. Nos últimos dez anos, a Universidade cresceu em mais de 400% o quantitativo de seus cursos de doutorado e 200% de mestrado. O maior desafio atual é aumentar a qualidade dos cursos de pós-graduação da Ufes, com conceitos maiores na Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], conseguindo alcançar cursos com conceitos 6 e 7, o que não temos ainda. Também temos o desafio de aumentar o número de patentes. Atualmente temos mais de cem patentes depositadas no Inpi [Instituto Nacional da Propriedade Industrial] e sete concedidas”.
Texto: Thereza Marinho
