Ao lado da ministra Luciana Santos, reitor e vice-reitora da Ufes participam de conferência regional de ciência e tecnologia

11/04/2024 - 18:17  •  Atualizado 14/04/2024 19:55
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Na foto, o reitor, em pé, fala para a plateia na abertura do evento. Junto com ele no palco estão outras autoridades participantes.

Tornar o povo brasileiro protagonista dos investimentos em ciência e tecnologia foi a tônica dos discursos na abertura da 5ª Etapa Regional do Sudeste da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada nesta quinta-feira, 11, no Teatro da Universidade de Vila Velha (UVV). Com a presença do reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, e da vice-reitora, Sônia Lopes, o evento contou com a participação da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, de agentes públicos, empresários e representantes da sociedade civil.

Organizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Espírito Santo (Secti/ES), o evento acontece até esta sexta-feira, 12, com uma programação dedicada a discutir políticas públicas relacionadas ao desenvolvimento científico e tecnológico para os próximos dez anos na Região Sudeste (a edição estadual foi realizada na Ufes no fim de março). As propostas elaboradas durante a Conferência serão encaminhadas para a etapa nacional, que acontecerá em Brasília, em junho.

Para o reitor da Ufes, o “social” é o elemento que falta para transformar o conhecimento produzido na academia em soluções inovadoras e palpáveis para a população brasileira. “Nós temos os recursos e a vontade, agora falta a ‘liga’. Essa liga é o social. É tirar o conhecimento da academia e levar para a sociedade. E levar a sociedade para dentro da academia”, disse.

Como entrega à sociedade, Castro mencionou o Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática (PMBA), segundo ele, “o maior projeto ambiental do Brasil”, que engloba 40 universidades brasileiras, coordenadas pela Ufes. Desde 2018, o projeto apoia ações relacionadas aos impactos causados pelo rompimento da barragem de Mariana. “Não queremos transformar pesquisas só em patentes, queremos fazê-las chegar nas pessoas”, afirmou o reitor.

União

A ministra Luciana Santos em pé, no púlpito, em sua fala de abertura no evento

A ministra Luciana Santos iniciou sua fala celebrando a realização da Conferência, após 14 anos de intervalo. “Não é possível construir política pública sem diálogo, sem participação popular”, disse. Segundo ela, até o momento foram realizadas 18 conferências temáticas ao redor do país, além de 136 conferências livres, totalizando mais de 50 mil participantes.

“Queremos unir gestores, professores, empresários, brasileiros e brasileiras. A ciência existe para resolver os problemas do dia a dia do povo. Infelizmente, nesses tempos recentes de negacionismo, precisamos afirmar o óbvio, que é a necessidade da ciência, da pesquisa e do desenvolvimento”, afirmou.

Santos classificou as universidades e os institutos de pesquisa brasileiros como “espaços de excelência” e reafirmou o compromisso do governo federal em levar o conhecimento científico para a população. “Somos o 13º país em publicação de papers. Precisamos que isso vá para a sociedade em produtos e serviços”, disse. Afirmou, ainda, que “as estratégias de sobrevivência” de populações periféricas também são fonte de inovação: “A tecnologia e a inventividade não estão presentes só na academia. Elas são fruto da sabedoria popular”.

Segundo ela, após o desmonte da educação e o descrédito das universidades praticados nos anos anteriores, “a ciência voltou, junto com o Brasil”. “A ciência está em todo lugar. Está no combate à fome, na nova indústria brasileira, no combate ao desmatamento”.

A ministra Luciana Santos e a vice-reitora da Ufes, Sonia Lopes, em pé, lado a lado

À tarde, de forma remota, o reitor e a ministra Luciana Santos participaram de parte da programação realizada no Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), em Santa Teresa. Na ocasião, Santos apresentou projetos para construção de novas áreas para o INMA.

Inovação e educação

Assim como a ministra, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Espírito Santo, Bruno Lamas, comemorou a realização da Conferência e citou o investimento do governo estadual em desenvolvimento tecnológico.

“A inovação é nossa prioridade no planejamento estratégico. Esse direcionamento é refletido por meio de políticas robustas. Uma delas é o Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (Funses), que já acumula R$ 1,5 bilhão para infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Desse total, R$ 255 milhões são especificamente para inovação”, disse.

Lamas ressaltou que, apesar do investimento, é necessário mudar a realidade dos atores inseridos no processo de desenvolvimento tecnológico. “Estudos comprovam que quem faz inovação no Brasil são brancos de classe média”, afirmou. Para ele, a academia tem papel importante nessa mudança: “Inovação sem educação não existe”.

Também fizeram parte da solenidade de abertura a deputada Jackeline Rocha; o deputado Gilson Daniel; o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Espírito Santo, Bruno Lamas; a reitora da UVV, Denise Endringer; o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, do MCTI, Inácio Arruda; o superintendente de Pesquisa e Tecnologia de Minas Gerais, Lucas Mendes; o subsecretário de Estado do Rio de Janeiro, Fabrício Repsold; o presidente do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), Fernando Rizzo; o diretor-geral da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Rodrigo Varejão; a conselheira da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Lígia Bahia; a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini; a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuela Mirella; e o presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe/ES), Bruno Del Caro.

Fotos: Leandro Reis e Gustavo Teixeira

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