
A vida e a obra de Milton Nascimento, uma das maiores vozes da música popular brasileira, estão em foco nesta semana de estreias do Cine Metrópolis. A partir desta quinta-feira, 27, o cinema exibe o documentário Milton Bituca Nascimento, que acompanha a turnê de despedida dos palcos, realizada entre junho e novembro de 2022. Além do documentário, o Cine Metrópolis estreia a comédia erótica nacional Onda Nova, lançada nos anos 1980 e censurada pela ditadura militar, e que agora chega em versão remasterizada em 4K.
Dirigido por Flávia Moraes, Milton Bituca Nascimento retrata o cotidiano do músico na turnê A Última Sessão de Música, que passou pelo Brasil, Europa e Estados Unidos. Em meio às imagens da jornada pelos palcos, o documentário mostra depoimentos de várias personalidades ligadas a Milton, como Spike Lee, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que revelam a grandiosidade da obra do cantor brasileiro.
Lançada em 1983 e dirigida por Ícaro Martins e José Antônio Garcia, a comédia erótica Onda Nova chegou a ser exibida na época de seu lançamento, mas logo foi proibida pelo regime militar. Na trama, o time feminino de futebol Gayvotas se prepara para enfrentar a Itália, mas precisa ultrapassar o preconceito de gênero e de sexualidade dentro e fora de campo. Agora remasterizada, a obra tem no elenco nomes como Regina Casé, Tânia Alves e Walter Casagrande.
Após a primeira sessão do filme, às 19 horas desta quinta, o Cine Metrópolis recebe um debate com Raabe Bastos, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (PPGCOM/UFMG) e graduada em Jornalismo pela Ufes.
O Cine Metrópolis segue exibindo o documentário Sem Chão, vencedor do Oscar, e as ficções Tempo Suspenso e O Melhor Amigo.
Confira as sinopses dos filmes em cartaz no Cine Metrópolis de 27 de março a 2 de abril:
Milton Bituca Nascimento, de Flávia Moraes (Brasil, 2025)
O documentário musical parte da turnê de despedida de Milton Nascimento, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, para entender a complexidade simples de sua obra, e o quanto os mistérios que ele carrega nos fazem refletir sobre a alma brasileira.
Onda Nova, de Ícaro Martins e José Antônio Garcia (Brasil, 1983)
Comédia erótica e anárquica que reúne histórias das jogadoras do Gayvotas Futebol Clube (foto), um time de futebol feminino recém-formado em plena ditadura militar, no ano em que o esporte foi regulamentado no Brasil, depois de ter sido banido por 40 anos. Com o apoio de renomados jogadores da época, como Casagrande, Pitta e Wladimir, elas enfrentam os preconceitos de uma sociedade conservadora. Paralelamente, lidam com seus problemas pessoais e familiares, e se preparam para um simbólico jogo internacional contra a seleção italiana.
Sem Chão, de Yuval Abraham, Basel Adra, Hamdan Ballal (Noruega/Palestina, 2024)
Durante meia década, um ativista palestino filma sua comunidade sendo destruída pela ocupação de Israel. No processo, acaba construindo uma improvável aliança com um jornalista israelense que quer se juntar à sua luta.
Tempo Suspenso, de Olivier Assayas (França, 2024)
Os irmãos Paul, um diretor de cinema, e Etienne, um jornalista musical, estão confinados na casa de campo da família, no interior da França, junto com suas parceiras Morgane e Carole. Cada cômodo e cada objeto da casa trazem as memórias da infância e seus fantasmas. Uma comédia autobiográfica.
O Melhor Amigo, de Allan Deberton (Brasil, 2025)
Após uma crise em seu relacionamento, Lucas decide viajar sozinho para Canoa Quebrada, no Ceará. Lá, ele reencontra Felipe, um antigo colega de faculdade e uma paixão do passado. Em meio ao cenário encantador de praias e sol, antigos desejos são despertados.