Escrito por doutorandos, e-book analisa o olhar sobre as mulheres desde a antiguidade

07/10/2022 - 16:36  •  Atualizado 10/10/2022 17:56
Compartilhe

A visão da sociedade sobre o comportamento das mulheres ao longo das épocas é o cerne do livro Representações do Feminino na Antiguidade e no Medievo, publicado em formato digital por estudantes do Programa de Pós-Graduação em História Social da Ufes (PPGHis). A obra é resultado da disciplina de mesmo nome, ministrada pela professora Carolline Soares entre 2018 e 2020.

Organizado pelos doutorandos Tamara Chagas e Pablo Gatt, o e-book está disponível gratuitamente e conta com a colaboração de duas autoras convidadas, as historiadoras Talita Plum e Valerice Fonseca, formadas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Composto por oito artigos, o livro foi publicado pela editora capixaba Milfontes.

Segundo a professora Carolline Soares, a obra se insere num contexto de trabalhos que vêm sendo publicados no Brasil, relacionados à questão de gênero e à história das mulheres. "Esses estudos são frutos das renovações historiográficas que se ampliariam nas últimas décadas do século XX, quando a História passou por grandes transformações teóricas e metodológicas, direcionando os olhares dos historiadores e historiadoras para temas marginalizados, como os relacionados a escravizados, velhos, camponeses, prisioneiros, operários, crianças e mulheres", explica.

Assim, como mostram os capítulos do livro, desde a antiguidade e o medievo, discursos e representações acerca das mulheres as destinavam a um lugar de inferioridade em relação aos homens. Essas visões, afirma a professora, naturalizadas ao longo do tempo, ainda moldam as relações sociais. Dessa forma, a obra é mais uma contribuição para todos que se interessam em entender a história das mulheres e as relações de gênero ao longo dos tempos.

"Diversos discursos foram responsáveis pela construção de funções específicas atribuídas às mulheres, como as de mãe, esposa e dona de casa. Essas representações contribuíram para a definição de alteridade e identidade femininas, convertendo-se em práticas culturais que as limitaram ao espaço privado. O poder patriarcal e a definição dos papéis das mulheres na contemporaneidade não diferem das representações do feminino observadas na antiguidade e no medievo", explica.


Texto: Superintendência de Comunicação da Ufes