Estudante de Engenharia Civil é premiada em congresso internacional por desenvolvimento de software. Programa será adotado no curso

11/12/2025 - 11:46  •  Atualizado 11/12/2025 15:29
Texto: Tatiana Moura     Edição: Thereza Marinho
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Foto da estudante fazendo a apresentação do software

A estudante do curso de Engenharia Civil Mariana Zeni foi premiada no 46º Congresso Ibero-Latino-Americano de Métodos Computacionais em Engenharia (Cilamce 2025), na categoria Research Beginners (Iniciantes em pesquisa), pelo desenvolvimento do software StifFEM, que reúne o conteúdo da disciplina Análise Estrutural III, contribuindo para o aprendizado dos estudantes. O programa foi desenvolvido sob orientação do professor Marcos Rodrigues e, a partir de agora, será adotado na disciplina.

O ponto de partida foi um trabalho cuja proposta era consolidar os conhecimentos da matéria por meio de uma implementação computacional. Segundo a professora Gabriela Fonseca, que ministrou a disciplina à época, muitos estudantes enfrentavam dificuldades na parte de programação. "Não foi o caso dela. Com base na ideia geral do trabalho e sob orientação de Rodrigues, ela desenvolveu um programa bastante completo, com interface gráfica e funcionalidades que abrangem todo o conteúdo da disciplina. Ele também apresenta ao usuário algumas etapas intermediárias da solução, o que é muito interessante para quem está aprendendo análise matricial de estruturas”, conta.

Para Rodrigues, o prêmio é um reconhecimento merecido e representa o início da trajetória da estudante como engenheira e pesquisadora, já que o trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIIC/Ufes).

“Isso reforça a relevância do apoio da Universidade e dos órgãos de fomento à iniciativas como essa. Sinto-me feliz, não apenas pelo prêmio, mas pela qualidade do aplicativo. Seu trabalho contribui significativamente para o aprendizado de novos estudantes e para as pesquisas conduzidas no Departamento de Engenharia Civil e no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil”, analisa.

Aplicação

Foto da estudante demonstrando o funcionamento do aplicativo para o público
Demonstração do funcionamento do software para o público presente

A estudante explica que o desenvolvimento do software durou cerca de um ano e meio e ele ainda vem sendo aperfeiçoado. A ideia de disponibilizá-lo para uso na disciplina sempre esteve em mente, uma vez que ele foi pensado para que o estudante tenha uma fonte confiável de conferência de seus exercícios e adaptável às diferentes estruturas que ele queira modelar.

“O curso de Engenharia Civil, para quem leva a sério, é bem puxado, a gente passa muito tempo estudando para entender ideias complexas e abstratas, às vezes. É essencial ter um software tão adaptável quanto o StifFEM, que nos ajuda entender o processo de maneira clara, poupando tempo e contribuindo para fixarmos o conteúdo”, conta.

Para ela, a premiação veio como um reconhecimento não só pelo trabalho desenvolvido, mas também por todo o esforço feito para concluir os estudos. “Entre o curso técnico em Edificações e a graduação, são quase dez anos – um período em que renunciei muitas coisas para alcançar boas notas e oportunidades. Diante da premiação e da vivência com diferentes pessoas que tive no Cilamce, é gratificante saber que todas as escolhas valeram à pena”, finaliza.

Congresso

O 46º Congresso Ibero-Latino-Americano de Métodos Computacionais em Engenharia (Cilamce 2025) reuniu professores, pesquisadores e desenvolvedores de tecnologia de diversos países em Vitória na última semana de novembro. O seminário ocorre regularmente desde 1977, com foco no avanço da pesquisa científica básica e de suas aplicações nas áreas de Ciências e Engenharia, visando ampliar as fronteiras do conhecimento relacionado aos Métodos Computacionais. 

Segundo a organização, o evento tem grande relevância para o desenvolvimento do Brasil e de seus países parceiros, incluindo Portugal, Argentina, Chile, Itália e Espanha.

Fotos: Divulgação

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