A Galeria de Arte e Pesquisa da Ufes (GAP), localizada no campus de Goiabeiras, inicia uma nova exposição nesta quinta-feira, 7, a partir das 18 horas. Ocupar... ainda não? apresenta trabalhos de estudantes dos cursos de Artes da Universidade, totalizando cerca de 40 obras de diferentes linguagens, entre esculturas, pinturas, performances, videoartes e desenhos.
A mostra fica aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas, até o dia 8 de março de 2024. Agendamentos para visitas em grupo podem ser realizados por este e-mail.
A exposição é organizada pelo coletivo ******** em colaboração com estudantes independentes. A denominação por asteriscos alude aos oito artistas que iniciaram um movimento pela ocupação da GAP com suas obras. A partir da demanda dos demais estudantes dos cursos de Artes, no entanto, a exposição se expandiu até chegar aos 40 trabalhos que serão expostos a partir desta quinta.
“A ideia era abranger todos os alunos. Decidimos utilizar os asteriscos para deixar no anonimato, não como algo fechado e específico só para aquele grupo”, explica um dos integrantes do coletivo, o estudante de Artes Plásticas Raphael Sthéfano. “O nome também traz essa dualidade para o espectador, que tenta decifrar o que está escrito”, afirma.
Segundo ele, a exposição foi pensada, inicialmente, para ser dividida em dois momentos. Primeiro, os artistas do coletivo realizariam a exposição na GAP e, em seguida, em 2024, convidariam os demais estudantes dos cursos de Artes para uma ocupação artística na galeria e no prédio da Reitoria. “Ao saberem da exposição, os estudantes expuseram a necessidade de que houvesse maior quantitativo de alunos desde o primeiro momento”, diz Sthéfano. O coletivo convocou, então, na última segunda-feira, 5, uma chamada emergencial para montar todos os trabalhos no espaço expositivo da GAP.
Valorização
De acordo com Sthéfano, a ideia da mostra é chamar atenção para as demandas dos estudantes de Artes. “A arte não é valorizada no espaço acadêmico, nem os alunos são reconhecidos como artistas que de fato merecem ocupar esse espaço da GAP. Estamos pedindo que o curso de Artes seja valorizado”, diz.
Para Guilherme Brasil (autor da obra ao lado), estudante de Artes Visuais contemplado na chamada emergencial da exposição, a reunião de trabalhos dos estudantes é “um marco para a galeria”.
“Cada um pode mostrar o valor do seu trabalho, independente da poética, e o amor que sentimos em criar possibilidades para o futuro”, afirma ele. “A GAP foi construída há 48 anos, por conta de uma ocupação artística. Ver o quanto nós produzimos em pesquisa e obras contemporâneas é revolucionário”, conclui.
Texto: Leandro Reis
Edição: Thereza Marinho