Mulheres artistas são tema de mostra virtual em exposição a partir desta segunda, 28

28/06/2021 - 11:40  •  Atualizado 29/06/2021 17:41
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Com o objetivo de contar a história de mulheres que tiveram suas obras expostas na Galeria de Arte Espaço Universitário (Gaeu) entre os anos de 1978 e 2013, começa nesta segunda-feira, 28, a mostra virtual Mulheres artistas no acervo da Ufes. A exposição contará a história das artistas por meio de imagens, podcast, cartografia afetiva (registro dos lugares que as artistas ocupam na história da arte capixaba), jogos virtuais e sessões de bate-papos. O conteúdo da mostra será postado diariamente no perfil da Galeria no Instagram.

A escolha das mulheres que compõem a exposição considerou tanto a diversidade de artistas capixabas como a presença de nomes que são referência para a arte brasileira. Assim, a mostra começa apresentando obras das artistas negras Charlene Bicalho, Luara Monteiro, Tatiana Rosa e Thais Apolinário, representando o início dos anos 2010. Na sequência, e divididos em duas partes, os anos 2000 serão representados por Andrea Abreu, Mara Perpétua, Rosane Paste, Thais Graciotti, Márcia Capovilla, Simone Guimarães e Nelma Pezzin.

De volta à década de 1990, a mostra também se divide em duas partes para trazer os trabalhos de Célia Ribeiro, Elisa Queiroz, Lara Felipe, Juliana Morgado, Nelma Guimarães, Tomie Ohtake e Lygia Pape. Dos anos 1980, destaque para a mostra de Fayga Ostrower e, como encerramento, a exposição resgata a primeira coletiva de artistas mulheres realizada na Ufes, o Programa Bolsa Arte, de 1978, com trabalhos de Denise Pimenta, Marta Baião, Nelma Pezzin e Neuza Mendes.

Pluralidade

A curadoria geral do projeto, sob responsabilidade da professora do Departamento de Artes Visuais Ananda Carvalho, foi desenvolvida em duas perspectivas: na primeira, propõem-se textos para ativar as memórias das exposições e, na segunda, exibem-se fotografias de obras que possuem esse registro no acervo da Ufes. Dessa forma, fotos, matérias publicadas na imprensa, textos curatoriais, convites e projetos expográficos foram buscados nos arquivos da Gaeu para apresentar ao público a programação promovida pela Ufes por mais de 40 anos.

A curadora ressalta que a escolha por realizar uma mostra exclusiva com artistas mulheres foi devido à “urgência de repensar a pluralidade da história da arte brasileira sob perspectivas inclusivas de gênero e raça. Nesse contexto, emerge a indagação de como as histórias das exposições realizadas na Gaeu podem nos ensinar sobre o mundo a partir de pontos de vista dessas artistas”.

De acordo com a professora do Departamento de Linguagens, Cultura e Educação Margarete Sacht Góes, que coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte na Educação Infantil (Gepaei) e é curadora educativa da mostra, a ideia é destacar algumas mulheres que marcaram (e ainda marcam) a poética, a força, a resistência, a sensibilidade e a transgressão por meio da arte, fazendo uma aproximação entre mulher, historicidade e visibilidade. “Cada artista com suas histórias, seus contextos artísticos e culturais, suas dores, afetos e amores nos leva a uma passagem pelo tempo, indo ao encontro de diferentes trajetórias que foram se construindo na vida e na arte”, diz.

Representatividade

Coordenada pela Secretaria de Cultura da Ufes, a Gaeu conta com um acervo de 1.707 obras catalogadas, dentre as quais Ananda Carvalho elaborou o recorte da exposição Mulheres artistas no acervo da Ufes. Para produzir a mostra a partir dessa seleção, a equipe da Gaeu contou com a parceria dos membros do projeto de extensão Processos de Criação em Curadoria (coordenado pela professora) e do Gepaei, envolvendo estudantes de graduação em Artes Visuais, Artes Plásticas e Pedagogia, pesquisadores egressos do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGA) e professoras do Centro de Artes e do Centro de Educação.

Segundo o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, essa é uma oportunidade de dar visibilidade à forte representatividade feminina no acervo da Ufes, apresentando o projeto de digitalização de obras, documentação e atualização do inventário, que está em fase final de produção. “Em breve, disponibilizaremos ao público o acesso ao inventário por meio de uma plataforma já em desenvolvimento, o ponto de partida de nosso museu virtual”, destaca.

 

Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho