Orquestra de mulheres realiza concerto no Teatro Universitário nesta terça, 27

26/06/2023 - 16:48  •  Atualizado 27/06/2023 17:55
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O Teatro Universitário recebe pela primeira vez, nesta terça-feira, 27, um concerto da Filarmônica de Mulheres do Espírito Santo (Femes). A partir das 20 horas, a orquestra sobe ao palco para executar um repertório do período barroco, com abertura do Algazarra Coral. Os ingressos custam R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira) e podem ser adquiridos pelo site Le Billet.

Intitulado Cantos de Luz e Sombras, o espetáculo faz parte de uma série de concertos de câmara realizados pela Femes, com regência e direção musical de Alice Nascimento e participação especial da soprano Meire Norma Bernardino. No concerto desta terça, a orquestra passará por obras dos compositores italianos Antonio Vivaldi e Arcangelo Corelli, do alemão J.A. Hasse e da compositora italiana Bianca Maria Meda.

“O título sugere a ideia de contraposição entre conhecido e desconhecido”, explica a violista Claudine Abreu. “Nessa série, além de obras conhecidas, buscamos trazer à luz obras de compositoras pouco conhecidas ou reconhecidas, cujo trabalho se mantém à sombra do conhecimento público”.

Monja beneditina em regime de clausura no convento San Martino del Leano no século XVII, Meda escreveu diversos motetos (gênero musical polifônico em que se usam textos distintos para cada voz), mas pouco se sabe sobre sua história de vida. “Ela se encaixa perfeitamente na proposta da série”, diz Abreu.

Luta constante

Composta por 30 mulheres, a Femes surgiu oficialmente em 2019, dentro do Instituto Todos os Cantos (ITC). A iniciativa ganhou corpo a partir de encontros entre musicistas capixabas que tinham o desejo de marcar presença e independência na música sinfônica, território tradicionalmente liderado por homens. Mas a ideia do grupo data de 2018, quando uma orquestra inteiramente feminina se reuniu para a montagem da ópera A Filha do Regimento, de autoria do compositor italiano Gaetano Donizetti e produzida, nessa ocasião, pela cantora Patrícia Ilus. Integrante do Comitê de Gestão da Femes, Abreu relata episódios de preconceito na trajetória do grupo.

“Ouvimos muitos comentários de que o projeto não iria para frente. Mas nos mostramos maiores do que isso e seguimos nos fortalecendo como grupo. Não somos um grupo institucional e, por isso, as atividades da Femes e do ITC são viabilizadas por patrocínios, editais e apoiadores. É um desafio constante, mas não desistimos”, afirma.

Parte do 15º Circuito Cultural Unimed, o evento tem realização do Instituto Todos os Cantos, patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, do Instituto Unimed Vitória e da Unimed Vitória. Conta, ainda, com apoio da Secretaria de Cultura da Ufes e da Trupe Barroca.

 

Texto: Leandro Reis
Fotos: Divulgação
Edição: Thereza Marinho