Programa de extensão Fordan é referência em congresso sobre a maioridade da Lei Maria da Penha

30/08/2024 - 11:41  •  Atualizado 30/08/2024 13:03
Texto: Thiago Sobrinho     Edição: Thereza Marinho
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Professora Rosely Pires e Maria da Penha

O programa de extensão e pesquisa Fordan: cultura no enfrentamento às violências foi um dos convidados para participar do congresso Homenagem à Maria da Penha: 18 anos da Lei que salva vidas. O evento aconteceu na última semana em São Paulo, em comemoração à maioridade da lei.

Organizado pelo Grupo Juntas por Maria da Penha e pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o evento contou com a participação da professora do Departamento de Desportos da Ufes Rosely Pires, coordenadora-geral do Fordan (na foto, à esquerda, ao lado de Maria da Penha).

Durante a homenagem, foi concedido o título de doutora honoris causa a Maria da Penha, ativista e farmacêutica de 79 anos que dá nome à Lei. Promulgada em 7 de agosto de 2006, a lei se tornou um marco no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres no Brasil.

Além da homenagem, o público presente pôde assistir a vídeos em que mulheres que tiveram suas vidas preservadas pela Lei Maria da Penha contavam suas experiências. Dos sete relatos apresentados, cinco deles foram de vítimas atendidas no Espírito Santo pelo Fordan.

Rosely explica que os vídeos foram pedidos após a organização do evento conhecer a atuação do programa. “Ao conhecer o nosso projeto, solicitaram que a gente enviasse vídeos das nossas mulheres falando desse movimento: o que é sofrer violência, ser acolhida por um programa da Universidade e ser atendida pela Lei Maria da Penha”, destacou a professora.

A coordenadora-geral do Fordan destaca que os vídeos exibidos não apresentaram apenas mulheres que atualmente são protegidas por medida protetiva e recebem pensão alimentícia: “Mas principalmente mulheres que estão vivas graças à lei”.

Experiência

A participação no evento foi, na opinião da professora Rosely Pires, uma possibilidade de ter uma projeção maior da atuação do Fordan. “E, ao ter essa visibilidade, a gente passa a construir mais redes”, comemorou.

Com a expansão dessa rede, o programa planeja novas ações e propostas para o futuro. “Temos pensado ações importantes que tenham o objetivo de atender melhor a um público específico que é a mulher negra, a mulher de periferia, a mulher quilombola, a PcD, a mulher travesti…”, adiantou Rosely.

Metodologia única

Para Rosely Pires, a atuação do Fordan é fruto do conhecimento produzido dentro da Ufes. Visto que, segundo ela, é um programa que tem “uma metodologia única no Brasil, com zero assassinato de mulheres, e que produziu um aplicativo para denunciar a violência contra a mulher e produzir dados sobre como é essa mulher”.

O aplicativo mencionado pela professora foi lançado em setembro do ano passado. A tecnologia foi produzida por uma equipe multidisciplinar que reuniu pesquisadores, comunidade e estudantes da Ufes de diversas áreas, como Direito, Comunicação, Tecnologia, Saúde, Psicossocial, Educação e Cultura. Também contou com a participação de 57 mulheres acolhidas pelo Fordan e seus familiares. 

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