Projeto de extensão utiliza jogos lúdicos como instrumentos de ensino de Ciências e Biologia

10/06/2021 - 19:34  •  Atualizado 13/06/2021 22:53
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Partindo do princípio que a utilização de jogos e modelos didáticos funciona como instrumento facilitador no processo de aprendizado dos conteúdos de Ciências e Biologia, as professoras do Departamento de Ciências Biológicas Silvia Tamie Matsumoto e Camilla Milanez coordenam o projeto de extensão Os jogos como instrumentos de ensino de Ciências e Biologia do Espírito Santo. Idealizado em 2006, juntamente com estudantes da disciplina de Biologia Celular do curso de Ciências Biológicas, o projeto confecciona jogos e modelos didáticos que são apresentados para professores e alunos da educação infantil, do ensino fundamental I e II e do ensino médio de escolas da rede pública da Grande Vitória.

Os jogos como instrumentos de ensino de Ciências e Biologia do Espírito Santo foi um dos 26 vencedores da edição 2020 do Prêmio de Mérito Extensionista Maria Filina e integra a série de reportagens sobre programas e projetos de extensão registrados na Pró-Reitoria de Extensão (Proex), que vai ao ar todas as quintas-feiras no portal da Ufes. As atividades extensionistas já publicadas nesta série podem ser conhecidas ao final da reportagem.

De acordo com Silvia Tamie Matsumoto, o ensino de Ciências e de Biologia tem se mostrado desafiador para os professores em sala de aula devido, principalmente, à dificuldade de fazer com que o estudante entenda a linguagem científica de maneira clara. “Essa dificuldade em sala pode afastar o aluno do entendimento das ciências, e os jogos atuam como uma ferramenta facilitadora no ensino de aprendizagem. O professor pode utilizar esse recurso para abordar, de forma lúdica, alguns conteúdos em que os alunos apresentam mais dificuldade ou até mesmo para revisar o conteúdo”, analisa.

Jogos e modelos

O projeto já teve atuações nas cidades de Vitória, Vila Velha e Serra, tendo sido exposto, também, durante feiras de Ciências em Cachoeiro de Itapemirim e em Venda Nova. Os estudantes foram apresentados a modelos didáticos que demonstravam a estrutura básica de células animais e vegetais, com as organelas representadas em diferentes cores e texturas para que os alunos pudessem visualizar melhor as estruturas e assimilar conceitos e funções.

Alguns dos jogos utilizados foram Escalada Celular, Viagem ao Núcleo, Jogo da Argola e Batalha Celular, este último inspirado no clássico jogo Batalha Naval. Para a educação infantil, os jogos abordam temas relacionados ao meio ambiente e à saúde. “Recentemente, confeccionamos o jogo Corrida pelos Biomas, que será aplicado aos alunos do ensino fundamental e médio assim que definirmos sobre o retorno das atividades do projeto”, diz Camilla Milanez.

Durante a pandemia, a aplicação e a apresentação dos modelos didáticos, que eram realizadas de forma presencial, foram interrompidas. No momento, a equipe de extensão estuda formas de retomar o projeto de maneira remota.

Resultados

A estudante de Ciências Biológicas e voluntária do projeto Laira Santos realizou levantamentos entre julho de 2018 e fevereiro de 2019, cujos resultados apontam que 97% dos alunos gostariam que os jogos de Ciências fossem utilizados mais vezes em sala de aula. Para 96,1% dos alunos, o uso dos jogos e modelos didáticos ajudaram no processo de memorização do conteúdo, enquanto 93,7% assinalaram que a utilização dos jogos ajudou no aprendizado da matéria. “Resultados como o que tivemos demonstram que, com empenho e as ferramentas adequadas, podemos, sim, contribuir para além dos muros da Universidade”, relata.

Silvia Tamie Matsumoto e Camilla Milanez destacam que a utilização de jogos e modelos didáticos representa o processo de aprendizagem no qual os estudantes atuam ativamente, não apenas recebendo informações do professor, o que desperta o interesse do aluno. “Além disso, ao longo dos anos de desenvolvimento do projeto, os resultados mostram que a dinâmica dos jogos estimula o trabalho em equipe. Os jogos didáticos constituem uma das melhores formas de adquirir conhecimentos”, afirmam as coordenadoras.

Para Laira Santos, atuar como voluntária do projeto foi um marco em sua trajetória como graduanda: “É incrível observar os olhos de jovens adolescentes brilhando ao devorarem um pouco do saber científico e a mão estendida dos professores nos recebendo em sala de aula para compartilhar o seu espaço de docência. Sem sombra de dúvidas, essa é uma experiência que todo universitário deveria passar pelo menos uma vez na vida”.

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Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho