
Na próxima segunda-feira, 17, o auditório do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), no campus de Goiabeiras, sediará uma aula pública com o objetivo de apresentar à sociedade capixaba a reedição do livro Negros do Espírito Santo: diálogos e apontamentos. A partir das 19 horas, duas das autoras da obra, a professora do Departamento de História Leonor Araújo e a fotógrafa documentarista Carla Osório, iniciarão as atividades em torno do relançamento da obra, apresentando aos participantes o conteúdo deste livro que está sendo relançado 26 anos após a primeira edição.
A aula contará com intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e é aberta ao público, sem necessidade de inscrição prévia. O acesso ao auditório será limitado à capacidade do espaço (cerca de 200 pessoas).
A nova edição de Negros do Espírito Santo: diálogos e apontamentos traz uma atualização do livro produzido na década de 1990 por Osório em parceria com Araújo e com a jornalista Adriana Bravin. A obra traz 59 fotografias em preto e branco, legendadas e com textos de referência histórica para a abertura de cada uma das histórias retratadas, além de pesquisa histórica e registros da trajetória de vida dos afrodescendentes residentes em municípios de todo o Espírito Santo. Segundo as autoras, todo esse material é usado para retratar as formas de resistência socioeocômica e cultural dos negros capixabas e o patrimônio imaterial das comunidades negras tradicionais do estado.
Celebração
A aula pública sobre a reedição do livro é uma atividade organizada pelas produtoras com o apoio do grupo de pesquisa Oniruúrú: África, Islã, Diáspora Africana e Estudos Anticoloniais, coordenado por Araújo. De acordo com a professora, além de ter texto simples e acessível a todos os públicos, a obra traz o trabalho fotográfico diferenciado de Osório, que atua há 35 anos documentando a diáspora africana nas Américas e em países como Portugal, Angola e África do Sul.
“É um registro que marca nossa ancestralidade negra no Espírito Santo e uma celebração das comunidades tradicionais negras que foram esquecidas e sofreram tentativas de apagamento na história tradicional embranquecida do estado. O livro está aí para mostrar que essas comunidades resistiram, sobreviveram e mantiveram esse estado de pé, renovado, lindo, cheio de vida”, afirma.
A obra será lançada no mês de abril, em uma reedição viabilizada pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, com patrocínio do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes).