Após um primeiro dia de conferências, apresentações culturais e debates, o seminário Direitos Humanos: reflexões e desafios contemporâneos voltou a movimentar a Ufes nesta quarta-feira, 11, com exposição de trabalhos desenvolvidos na Universidade e lançamento de livro na Biblioteca Central (BC), no campus de Goiabeiras.
Com a presença da vice-reitora da Ufes, Sonia Lopes, e da assessora de Relações Políticas com a Comunidade Acadêmica, Patrícia Rufino, o seminário recebeu estudantes e servidores docentes e técnicos da Universidade no hall da BC. Na ocasião, pesquisadores apresentaram à comunidade oito iniciativas da Ufes relacionadas ao tema, entre projetos de extensão, de pesquisa e de ensino: Programa de Atendimento a Vítimas de Violência Sexual (Pavivis); Saúde mental, territórios e juventudes: relato de experiência do Centro de Referência das Juventudes do Espírito Santo; Curso de Educação em Direitos humanos no Espírito Santo; Cátedra Sérgio Vieira de Mello; Africanidades no ES: trajetórias educacionais, história e saberes em comunidades de matrizes africanas; Mostra Cinema e Direitos Humanos; Projeto Afrocientista; e Gestão do RCD: análise da gestão em edificações residenciais.
O público presente também contou com uma apresentação do professor Pedro Ernesto Fagundes, do Departamento de História, um dos organizadores do livro Brasil e as disputas do tempo presente: da Ditadura Militar às Comissões da Verdade (1964-2024), resultado de pesquisas do Laboratório de Estudos em História do Tempo Presente da Ufes (LabTempo), que foi lançado no seminário.
Para a vice-reitora Sonia Lopes, os dois dias de evento criaram momentos fundamentais de diálogo e inspiração, além de fortalecer o compromisso da comunidade acadêmica com a democracia e os direitos humanos. “O seminário reafirma a missão da Universidade em promover a justiça social, a memória histórica e o fortalecimento dos direitos humanos. Os trabalhos aqui apresentados, frutos de reflexões críticas e inovadoras, são nossa resposta para a construção de uma sociedade mais justa, plural e democrática”, disse.
Segundo o professor Pedro Ernesto Fagundes, o livro Brasil e as disputas do tempo presente, embora resgate o tema da ditadura brasileira, encerrada há quase 40 anos, continua atual, na medida em que o mundo assiste ao fortalecimento de movimentos de extrema direita.
“Infelizmente esse passado não desaparece. É só lembrarmos do inquérito da Polícia Federal que aponta que em 2022 havia planos de um novo golpe militar no Brasil. Eu queria vir aqui e falar: ‘esse tema que estamos pesquisando não faz mais parte da nossa realidade, é uma coisa distante. Mas, no Brasil, as ondas antidemocráticas estão cada vez mais constantes”, disse.
Fotos: Leandro Reis