Solenidade e exibição de filme marcam a reabertura do Cine Metrópolis para a comunidade

07/04/2022 - 18:51  •  Atualizado 11/04/2022 16:38
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O reitor Paulo Vargas e o vice-reitor Roney Pignaton participaram, na manhã desta quinta-feira, 7, da solenidade de reabertura do Cine Metrópolis da Ufes. A retomada acontece após dois anos, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Durante o período em que ficou fechado para o público, o Cinema recebeu o maior investimento de sua história. Um montante de R$ 640 mil foi investido na compra de novos sistemas de projeção digital a laser, processador e amplificadores de áudio, caixas acústicas e tela de projeção.

O secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, enfatizou que a reabertura do Metrópolis representa um momento para se comemorar, pois agora o Cinema conta com o mais moderno projetor de filmes do Espírito Santo. Ele destacou que, entre os cinemas universitários, somente a Universidade de São Paulo (USP) conta com equipamento do mesmo porte.

“Esse investimento proporciona qualidade nas exibições e amplia o leque de possibilidades de filmes para programação. A partir de hoje, o Metrópolis está de volta e conta com um dos melhores sistemas de projeção do mundo. Com os equipamentos antigos estávamos limitados, não conseguíamos filmes para exibições que estavam em festivais internacionais, por exemplo. O filme que começa a ser exibido hoje foi vencedor no Festival de Cinema de Berlim deste ano. Com os equipamentos anteriores, essa exibição era praticamente impossível. Agora, o nosso próximo passo é a aquisição de novas cadeiras”, planejou.

O secretário esclareceu que, mesmo durante o período em que o Cinema ficou fechado, foram promovidas atividades de forma remota, como eventos de debates com cineastas e pesquisadores, exibição de documentários, além de edições especiais de comemoração dos 67 anos da Universidade e de uma década da criação do curso de Cinema e Audiovisual.

Importância cultural

O vice-reitor Roney Pignaton contou que, durante sua vida acadêmica na Ufes, era frequentador do Metrópolis e reforçou a importância da reabertura do Cinema, que representa uma história de luta da cultura universitária e capixaba.

“É uma honra participar deste momento de retomada das atividades do Cinema com equipamentos novos e modernos, melhorando a sua infraestrutura, apesar das limitações orçamentárias que estamos vivendo. Estamos devolvendo à comunidade um importante instrumentos cultural que tem como objetivo fundamental promover a divulgação de filmes alternativos, não comerciais e de pequenas produções, além de ser um espaço para debates. Sou um apreciador da cultura. A presença da Ufes em vários ambientes do estado, por meio do cinema, teatro e outros espaços de convivência, representa um papel essencial nessa interação da comunidade interna com a externa. Buscamos não só a promoção da cultura e do conhecimento, mas também a volta da comunidade externa para dentro da nossa Universidade”, ressaltou o vice-reitor.

Já o reitor Paulo Vargas não se intimidou em demonstrar a felicidade e a emoção com a reabertura do Cinema. Ele disse que essa retomada, com novos equipamentos, abre várias possibilidades culturais e acadêmicas para a Ufes, principalmente após esse período de pandemia. Para ele, a reabertura do Metrópolis tem um valor simbólico importantíssimo, porque significa um posicionamento central no valor da cultura no âmbito da Universidade.

“A história do Cinema é bonita. Tem início com o movimento cineclubista dentro da Ufes, do qual tive a honra de participar. Começamos em 1979, quando entrei na Universidade, e uma das primeiras tarefas do movimento foi organizar o cineclube do Centro de Artes. Foi a partir daí que começamos a exibir alguns filmes no horário de intervalo do almoço. Foi a maneira encontrada para mobilizar e conscientizar os estudantes para o momento que estávamos vivendo e, ao mesmo tempo, reestruturar o movimento estudantil após o regime militar”, lembrou.

Vargas reforçou ainda que a história do movimento estudantil e do movimento cineclubista da Ufes culminou na concretização do Cine Metrópolis e, depois, na construção do Centro de Vivência. “Precisamos garantir o funcionamento desse instrumento cultural que é muito importante para a Universidade, elevando os espíritos das pessoas nesse momento triste do qual estamos saindo, de pandemia e distanciamento social.  A cultura é importante para isso, pois dá vida à Universidade, impulsiona o pensamento crítico e movimenta as pessoas. Que a gente possa reforçar a nossa luta na defesa da democracia e da liberdade, e pela valorização da cultura, oferecendo à comunidade universitária e a toda a sociedade novas opções de entretenimento e de acesso cultural de qualidade”, finalizou o reitor.

Conheça a história da criação do Cine Metrópolis em Cine Metrópolis – Histórico.

Convidado

Um dos convidados para participar da cerimônia de reabertura foi Claudino de Jesus, professor aposentado da Ufes, que, em 1988, ocupou o cargo de sub-reitor Comunitário. Claudino foi um dos principais atores na retomada dos movimentos cineclubistas na Universidade.

Na solenidade, ele relembrou a história do Cinema e do cineclubismo dentro da Ufes. “As exibições dos filmes eram realizadas nas paredes dos centros de ensino ou em lençóis ou toalhas presos nas paredes. O projetor ficava em cima de bancos e as pessoas se sentavam no chão. Com o tempo, fomos evoluindo até chegar aonde estamos”, relembra.

Na foto acima, o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges; o reitor Paulo Vargas; o professor Claudino de Jesus; e o vice-reitor Roney Pignaton.

Claudino de Jesus ressaltou que o movimento cineclubista contribuiu muito para o desenvolvimento cultural na Universidade e no estado, e também muito importante para a formação cultural e política dos alunos. Lembrou, além disso, que várias autoridades e personalidades que exercem ou exerceram cargos em vários segmentos da sociedade no estado se formaram na Ufes e eram frequentadores do cinema. “O movimento cineclubista foi também um importante instrumento de resistência durante o regime militar e ajudou a formar gerações de cinéfilos, profissionais e estudiosos sobre cinema”, concluiu.

Na cerimônia de reabertura, também estavam presentes a chefe do Gabinete da Reitoria, Zenólia Figueiredo; o arquiteto e urbanista responsável pelo projeto do Cine Metrópolis e professor da Ufes, Kleber Frizzera; a superintendente de Comunicação, Ruth Reis; o ex-reitor da Ufes Reinaldo Centoducatte; o subsecretário Municipal de Cultura de Vila Velha, Manoel Góes; e o diretor do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Ufes, Hilquias Crispim; além de pró-reitores, secretários, professores, servidores, estudantes e convidados. 

Após a solenidade, foi exibido o filme francês Pequena Mamãe.

Ingressos e programação

Para comemorar sua reabertura, o Cine Metrópolis está com uma promoção de meia-entrada no valor de R$ 8 para o público em geral. Estudantes da Ufes têm direito à gratuidade em todas as sessões, mediante apresentação da carteira estudantil ou do comprovante de matrícula acompanhado de um documento de identificação com foto.

A programação de reabertura conta com dois filmes inéditos. Às 18h10, é exibido o filme Pequena Mamãe (França, 2021, 72’, classificação indicativa 10 anos). Em seguida, às 19h50, é apresentado o longa Roda do Destino (Japão, 2021, 121’, classificação indicativa 16 anos).

Nos primeiros 15 dias, a sala funcionará com 50% de sua capacidade, com lotação limitada a 120 lugares. Após esse período, será feita uma avaliação para determinar a continuidade da medida.

Para saber mais sobre o cinema e sua programação, basta acessar o site https://cinema.ufes.br.

 

Texto e fotos: Jorge Medina
Edição: Thereza Marinho