Com cinema, debate e intervenção, Ufes recebe evento de pixo nesta quinta, 22

21/06/2023 - 12:21  •  Atualizado 22/06/2023 17:10
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O pixo enquanto prática política e expressão artística estará em foco no Pixa(ção), evento que será realizado em três espaços do campus de Goiabeiras nesta quinta-feira, 22, com sessão de cinema, ocupação sonora, mesa-redonda e intervenção artística. A programação é aberta ao público, sem necessidade de inscrição. Para receber certificado de participação como ouvinte ou integrar a equipe de pixadores que fará a intervenção, é preciso preencher um formulário.

O evento terá início às 14 horas, no Cine Metrópolis, com a exibição do documentário A Febre, de João Oliveira. O filme acompanha a cena de grafiteiros e pixadores no Espírito Santo, por meio de depoimentos e imagens dos artistas retratados. Após a sessão, haverá debate com a produtora Juane Vaillant e a pesquisadora Gisele Soares, mediado por Pitter Costa.

A partir das 16 horas, a programação migrará para o prédio IC-II, onde os pixadores farão uma intervenção na parede do prédio, sob a coordenação do artista Ronaldo Gentil. No local, haverá ainda uma ocupação sonora. Já às 18h30, o auditório do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) receberá uma mesa-redonda com os pixadores Renato Ren, Thiara Pagani, Chama.Amanda, Ronaldo Gentil e Jack Ferreira (vulgo “da rua”). O evento contará com a participação de mais de 120 estudantes de escolas públicas do estado, inscritos por seus educadores.

Pixa(ção) é realizado pelo grupo de pesquisa Urbes: Núcleo capixaba de estudos da experiência humana em meio urbano, vinculado ao Departamento de Ciências Sociais e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PGCS) da Ufes. O evento tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e do Governo do Estado do Espírito Santo.

Recurso de expressão

Segundo a professora do Departamento de Ciências Sociais e coordenadora do Urbes, Manuela Blanc, o objetivo do Pixa(ção) é estabelecer diálogo com os protagonistas da cena do pixo no estado, buscando “entender os sentidos e transformações desse recurso de expressão”. “O pixo compõe as cenas, produz a cidade, intervém sobre o vivido”, afirma Blanc.

A ideia do Urbes, explica a professora, é propor debates nos quais a comunidade ocupe o “primeiro plano” como interlocutora, opondo-se a metodologias que se dão “em caráter privado e restrito às equipes de pesquisa”. Nessa linha, os pixadores convidados passam a condição de protagonistas.

“A universidade é parte do mundo, não um mundo à parte. Por isso contamos com uma mesa integralmente composta por pixadores, eles mesmos entendidos como especialistas em suas práticas e atuações”, afirma Blanc.

 

Texto: Leandro Reis
Edição: Thereza Marinho