Evento de boas-vindas destaca o papel das universidades no retorno ao presencial

12/04/2022 - 17:17  •  Atualizado 01/11/2022 09:21
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O papel das universidades públicas durante a pandemia e no retorno ao ensino presencial foi destacado no evento de boas-vindas aos novos estudantes de graduação da Ufes, realizado na manhã desta terça-feira, 12, de forma virtual. A aula inaugural, proferida pela reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora de Medicina, Denise Carvalho, destacou a trajetória e a produção das universidades durante a pandemia e os preparativos para o retorno seguro. O evento continua nesta quarta-feira, 13, a partir das 9 horas, com a mesa Conhecendo a Ufes, que apresentará orientações práticas para os estudantes. A transmissão será feita pelo canal Ufes Oficial no You Tube.

Na mesa de abertura, o reitor Paulo Vargas destacou a importância da entrada na universidade pública para os estudantes e suas famílias. "Este é um momento marcante na vida de cada um e de cada uma de vocês, porque representa uma conquista de elevado valor pessoal, como também é uma conquista muito valiosa para as suas famílias. E quero dizer que esta Universidade será muito importante, decisiva e essencial na vida de cada um e de cada uma de vocês, sobretudo para o futuro. Aqui vocês terão acesso ao conhecimento científico e tecnológico nas respectivas áreas que escolheram, e poderão adquirir os valores da cidadania", detalhou.

Após a apresentação do cantor e compositor Carlos Papel, que destacou sua formação na Ufes, o vice-reitor da Universidade, Roney Pignaton, apresentou um panorama das fases do Plano de Contingência da Ufes pelas quais a instituição passou durante a pandemia, até chegar à atual (Fase 4), com as aulas majoritariamente presenciais no semestre 2022/1, ainda com uso de máscaras e medidas de biossegurança, conforme orientação do Comitê Operativo de Emergência para o Coronavírus da Ufes (COE-Ufes).

Também participaram das boas-vindas os pró-reitores de Graduação, Cláudia Gontijo; de Pesquisa e Pós-Graduação em exercício, Fábio Partelli; de Extensão, Renato Neto; e de Assuntos Estudantis e Cidadania, Gustavo Forde. Além de apresentar suas áreas e as oportunidades para os ingressantes, eles celebraram a chegada dos novos estudantes e a retomada dos encontros proporcionada pelo retorno ao presencial, finalizando um ciclo de dois anos de atividades acadêmicas majoritariamente remotas.

Universidades e coronavírus

Na aula inaugural, a reitora da UFRJ saudou os calouros e brincou que "neste ano, temos cinco vezes mais calouros, porque todos os que ingressaram desde 2020 não conhecem ainda a riqueza da presencialidade". Denise Carvalho apresentou um resumo das ações tomadas pela UFRJ no combate ao novo coronavírus e a suas consequências, desde o momento em que o vírus foi identificado pela primeira vez, em 2019, até este mês, quando a instituição, assim como a Ufes, retomou a maior parte das atividades de forma presencial, mantendo o uso de máscaras, a exigência do passaporte vacinal e outras medidas.

Carvalho, que tem se dedicado a pesquisar sobre a pandemia, destaca que a vacinação foi o elemento central que permitiu o retorno à presencialidade. "Sabíamos que o retorno seria mais difícil do que a decisão de suspender as aulas. Procuramos fazer tudo com muita segurança, de forma gradativa, e estamos preparados para dar um passo atrás, se necessário", destaca a reitora da UFRJ, relatando que, em janeiro, a instituição chegou a suspender, por três semanas, as aulas práticas presenciais, devido ao aumento de casos de covid-19 motivados pela variante ômicron. "Com acompanhamento e vacinação, não tivemos nenhum surto dentro da UFRJ, nem mesmo entre os estudantes da área de saúde, que foram os primeiros a retornar", completa.

A reitora apresentou dados nacionais das universidades federais, levantados pelo grupo de trabalho que coordenou, de experiências exitosas das ações das instituições de ensino superior na retomada das atividades acadêmicas e administrativas presenciais. O levantamento, feito no final do ano passado no âmbito da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com a participação de 53 instituições, aponta que o início do ano letivo de 2022 iniciará até julho em 31 instituições e no segundo semestre em seis universidades. Outras 16 ainda não haviam definido o calendário. "Esse retorno depende de aspectos epidemiológicos locais. A vacinação é o elemento mais importante, se possível, com três doses", afirma.

Educação e proteção

Claudia Gontijo, que mediou a aula magna, ressaltou que a experiência da UFRJ reflete, também, muito do que aconteceu na Ufes e na maioria das instituições de ensino superior. "Durante a pandemia, a Andifes e o colégio de pró-reitores pensaram juntos, para conseguir ser mais fortes diante das diversas situações enfrentadas que envolviam, além da pandemia, problemas políticos, econômicos e sociais muito graves nesse país. Muitas experiências foram compartilhadas e pudemos construir uma proposta de educação e proteção à saúde, muitas vezes sem orçamento e sem muito apoio para realizar”, ressaltou a pró-reitora de Graduação, enfatizando o papel da universidade e da comunidade acadêmica para romper o ciclo de proliferação do vírus.

Denise Carvalho, concordando, destacou o papel fundamental das universidades federais desde o primeiro momento da pandemia, colaborando com a testagem e a produção de álcool 70%, até o desenvolvimento de mais de 20 estudos de vacinas em parceria com instituições de outros países e outras 100% nacionais. "Também abrimos mais de 2,2 mil leitos em nossos hospitais, que possibilitaram salvar muitas pessoas. São leitos impagáveis pela população mais vulnerável e mesmo por aquela não tão vulnerável, que se sente bem atendida em nossas instituições", detalhou, destacando a baixa taxa de mortalidade por covid nos hospitais universitários e a alta produção científica dos pesquisadores brasileiros.

Nesta quinta-feira, participarão da mesa Conhecendo a Ufes as representantes da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) Margarete Moraes, da Diretoria de Apoio Acadêmico (DAA); Thamires Sales, da Diretoria de Desenvolvimento Pedagógico (DDP); e Anita Lacerda, da Diretoria de Registro e Controle Acadêmico (DRCA); além da coordenadora do COE-Ufes, Leila Massaroni.

 

Texto: Lidia Neves
Edição: Thereza Marinho