GAP recebe escola de samba para roda de conversa sobre o carnaval nesta quinta, 27

25/07/2023 - 17:13  •  Atualizado 27/07/2023 12:20
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O carnaval como objeto artístico e manifestação cultural ocupa a Galeria de Arte e Pesquisa (GAP), no campus de Goiabeiras, nesta quinta-feira, 27. A partir das 18 horas, integrantes da escola de samba Chegou o Que Faltava participam de uma roda de conversa sobre o tema para além do desfile. O evento é aberto ao público.

A ideia do encontro é discutir o carnaval como um laço de manifestação cultural popular ligado ao samba e à comunidade que a agremiação representa – no caso da Chegou o Que Faltava, o bairro de Goiabeiras. Intitulada Pisando em folhas secas: o carnaval além do desfile, a iniciativa faz parte disciplina Mediação Cultural e da Informação, do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, ministrada pelo professor Taiguara Aldabalde às quintas-feiras na GAP. A autoria do trabalho é do estudante Gabriel Nascimento.

Ritmista de escola de samba e apaixonado por carnaval, Nascimento viu no tema a possibilidade de colocar em prática os pressupostos teóricos discutidos em sala de aula.

“O carnaval é tratado muitas vezes de modo muito superficial. Ou no máximo interpretado como um período de suspensão da ordem. Mas não é só isso”, analisa. “O trabalho do barracão é diário e envolve muita gente, muitos saberes que não recebem o devido crédito”.

Samba e comunidade

O título do trabalho, explica Nascimento, faz referência a uma canção de Nelson Cavaquinho, em que o sambista retrata sua relação com a escola Estação Primeira de Mangueira. “As escolas são a história do samba e a história das comunidades”, afirma. Ele entende que a figura do mediador cultural funciona como um “meio de passagem que proporciona o contato” entre a escola e o público: “O trabalho permite à escola falar de si mesma, complexificando o seu fazer e a sua história para além do que o debate simplista coloca”.

Dentro da GAP, os “saberes e fazeres” da escola de samba, segundo Nascimento, adquirem uma legitimação como manifestação cultural. “A arte opera na subversão. É necessário que esses espaços sejam tensionados. Levar a escola de samba para a galeria é trazer uma série de saberes que não entram nem na universidade”, afirma.

 

Texto: Leandro Reis
Edição: Thereza Marinho