Duas estreias nacionais renovam a programação do Cine Metrópolis nesta quinta-feira, 28. Baseado no livro homônimo de Milton Hatoum, Retrato de um Certo Oriente chega ao cinema pelas mãos do diretor Marcelo Gomes, autor de filmes celebrados, como Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo e Cinema, Aspirinas e Urubus. O Metrópolis também começa a exibir Praia Formosa, de Julia de Simone, longa premiado no Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba.
Retrato de um Certo Oriente acompanha a vinda de dois imigrantes libaneses católicos, Emilie e Emir, para o Brasil, fugidos da guerra do Líbano em 1949. Durante a viagem de navio, Emilie inicia uma relação amorosa com o comerciante muçulmano Omar. O conflito cultural e religioso escala quando os imigrantes chegam à região amazônica, território habitado pelos povos originários.
O tema das origens também está no centro de Praia Formosa, primeiro longa de Julia de Simone. A trama tem como protagonista Muanza, uma mulher oriunda do Reino do Congo, traficada para o Brasil no século XIX, que desperta nos dias atuais no Rio de Janeiro. Ao se deparar com uma cidade onde o passado e o presente colidem, Muanza embarca em uma busca profunda por suas origens e pela compreensão de sua própria história.
Seguem em exibição no Cine Metrópolis o drama Malu, de Pedro Freire, e Maputo Nakuzandza, ficção experimental de Ariadine Zampaulo.
Confira as sinopses dos filmes em cartaz no Cine Metrópolis de 28 de novembro a 4 de dezembro:
Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes (Brasil/Itália/Líbano, 2024)
Em 1949, dois irmãos católicos, Emilie e Emir, partem de um Líbano na iminência da guerra em busca de uma nova vida em território estrangeiro, numa viagem rumo a um Brasil desconhecido. Quando Emilie se apaixona por Omar, um comerciante muçulmano residente em Manaus, o ciúme do irmão terá graves consequências. Neste épico íntimo do diretor Marcelo Gomes, baseado em romance de Milton Hatoum, o encontro entre culturas distantes entrelaça questões coletivas de memória, tradição e pertencimento, num relato ao rés da pele que lança um olhar cuidadoso nas histórias fundacionais de imigrantes no país.
Praia Formosa, de Julia De Simone (Brasil/Portugal, 2024)
Em seu primeiro longa ficcional, Julia de Simone mistura tempos ao redor da região do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro. Tomando como protagonista Muanza, mulher nascida no Congo e trazida ao Brasil pela escravização, o filme vagueia por encontros entre personagens e paisagens que reforçam tanto a permanência cruel das raízes coloniais brasileiras quanto a resiliência e os laços formados pela população afro-brasileira, com atenção especial às mulheres.
Malu, de Pedro Freire (Brasil, 2024)
Malu, uma mulher de meia idade com um passado glorioso, vê-se presa em um caos existencial. A complexa relação com sua mãe conservadora e sua filha adulta torna a crise ainda mais aguda, em meio a momentos de carinho e alegria entre as três. Um retrato de uma mulher em busca da melhor versão de si mesma.
Maputo Nakuzandza, de Ariadine Zampaulo (Brasil, 2022)
Num formato experimental, o longa apresenta o dia a dia na capital de Moçambique. Os jovens saem das casas noturnas e nos quintais as mulheres começam o dia. Cinco histórias que se desenvolvem paralelamente: um homem correndo pela cidade, uma mulher chegando de viagem, um turista passeando, um homem no transporte público e a rádio anunciando o desaparecimento de uma noiva.
Confira os horários das sessões na página do Cine Metrópolis.