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Racismo e violência de estado são temas de seminário gratuito na Ufes. Inscrições abertas

22/05/2025 - 16:53  •  Atualizado 26/05/2025 16:17
Texto: Adriana Damasceno, com informações da organização do evento     Edição: Thereza Marinho
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Cartaz de divulgação do evento

Discutir a relação entre racismo e violência de estado e as práticas clínicas que se dedicam a intervir no mal-estar e no sofrimento psíquico decorrentes dos excessos cometidos por agentes de segurança pública é a ideia central do II Seminário Clínicas da Violência: Racismo e Violência de Estado, evento gratuito que acontecerá entre os dias 11 e 13 de junho no auditório do Centro de Ciências Exatas (CCE), no campus de Goiabeiras.

Pessoas interessadas em registrar trabalhos devem enviar resumo expandido até o próximo domingo, dia 25, por este link. Já quem deseja participar como ouvinte tem até o dia 6 de junho para se inscrever por meio de preenchimento do mesmo formulário. As vagas são limitadas a 200 pessoas e haverá emissão de certificado para os participantes.

O seminário é gratuito e dirigido a pesquisadores, estudantes, integrantes de movimentos sociais e profissionais das áreas de saúde, educação, segurança pública e assistência social interessados na temática da violência. Entre as atividades propostas na programação estão conferências e palestras, mesas de debate, comunicações orais e minicursos, ações que serão conduzidas por convidados majoritariamente negros que têm contribuições clínicas a partir da psicanálise e de outros campos do saber.

O evento é organizado pelo grupo de pesquisa Psicanálise: Clínica e Laço Social, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional (PPGPsi), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Segurança Pública da Universidade de Vila Velha (UVV) e o Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região (CRP 16). A programação contará com professores e especialistas para tratar de temas que envolvem políticas públicas, saúde mental e enfrentamento da necropolítica (conceito filosófico que se refere ao uso do poder sociopolítico para definir quem pode viver e quem deve morrer) e dispositivos clínicos e escuta psicanalítica da população negra, além de violência de estado a partir de perspectivas indígenas, quilombolas e de movimentos de mães que perderam seus filhos em decorrência da violência policial.

Espaço de encontro

Segundo o coordenador geral do seminário, o professor do PPGPsi Fábio Bispo, a ideia é que o evento se constitua como espaço de encontro entre as demandas da população negra apresentadas por movimentos sociais e representantes do poder público. “Também deverá contribuir com o avanço nas pesquisas e intervenções articuladas com a temática, além de espaço de constituição de parcerias e de formação para operar dispositivos de escuta e acolhimento da população negra, aprimorando o olhar sobre suas necessidades específicas em termos de saúde mental”, conclui Bispo.

Durante o seminário, serão lançados dois livros produzidos por pesquisadores do grupo de pesquisa. O primeiro, organizado por Bispo e Mariana Mollica, tem como título Narrativas sobre a morte violenta: costuras e amarrações e trata dos diferentes traumas e estragos ocasionados pela morte violenta no tecido social. Já o segundo é a coletânea Escrevivências: diálogos com a psicologia e a psicanálise, que tem como organizadores Luizane Guedes, Luziane Siqueira e Bispo. A obra apresenta práticas de pesquisa e intervenção que utilizam o dispositivo das escrevivências, termo criado pela escritora Conceição Evaristo, como perspectiva política de escrita.

Mais informações podem ser obtidas pelo perfil do seminário no Instagram.

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