A Galeria de Arte Espaço Universitário (Gaeu) inicia o calendário de exposições de 2023 nesta terça-feira, 11, com uma reunião de obras de mulheres que compõem o seu acervo. Com entrada gratuita, Mulheres Artistas no Acervo da Ufes será aberta às 17 horas e poderá ser visitada até o dia 7 de julho, de segunda a sexta-feira, das 10 às 17 horas.
A mostra compreende diversas linguagens, como fotografia, pintura, gravura, objeto, desenho e videoperformance. São obras que foram expostas na Ufes entre 1978, ano da criação da Gaeu, e 2013, formando uma espécie de linha do tempo de nomes importantes da arte produzida no Espírito Santo, no Brasil e internacionalmente. Compõem a exposição artistas como Tomie Ohtake, Lygia Pape, Fayga Ostrower, Rosana Paste, Thaís Apolinário, Lara Felipe e Nelma Guimarães, entre outras.
Segundo a curadora da mostra, a professora do Departamento de Artes Visuais e coordenadora da Gaeu, Ananda Carvalho, a exposição propõe “uma reflexão sobre a memória e a escrita das histórias”, tendo em vista o acervo de mais de duas mil obras da Universidade, datadas desde 1940.
Desse conjunto, 42% dos autores são mulheres, que produziram 37% das obras. “Queríamos contar para o público sobre todas elas, mas era preciso escolher um recorte”, explica Carvalho. Uma ideia que une as obras, diz a professora, é a construção da imagem ou de um imaginário de mulher a partir da percepção do corpo. “Em algumas obras, essa percepção é mais objetiva. Em outras, a reflexão se faz de forma mais abstrata ou no processo de criação. Queremos evidenciar a diversidade dos corpos femininos que aparecem nesta exposição assim como na sociedade”, afirma.
Para Carvalho, a seleção exclusiva de obras produzidas por mulheres se deve a uma tentativa de “repensar a pluralidade da história da arte brasileira sob perspectivas inclusivas de gênero e raça”. Trata-se de “um chamado para que cada vez mais as instituições possam compor seus acervos com trabalhos de mulheres, negros, povos originários e pessoas LGBTQIAP+”.
Mulheres Artistas no Acervo da Ufes conta ainda com uma sala educativa. Nesse espaço, os visitantes serão convidados a relatar histórias de mulheres que marcaram suas vidas, ou registrá-las por texto ou foto, que serão expostos no local. Também fazem parte da sala um varal que terá os nomes das mulheres evidenciados, assim como um quebra-cabeças das artistas que integram a exposição e um material específico oferecido a professores. A curadoria educativa é de Margarete Góes, professora do Departamento de Linguagens, Cultura e Educação e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte na Educação Infantil (Gepaei).
Na foto, à esquerda, três obras de Fayga Ostrower; à direita, obra de Tomie Ohtake; o vestido vermelho é de Nelma Guimarães.
Reformas
A reabertura marca uma série de melhorias realizadas pela Universidade na Gaeu. Segundo o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, foram instalados novos equipamentos de ar-condicionado para a reserva técnica do Acervo de Artes e para o espaço expositivo; manutenção da rampa de acessibilidade; reforma da pintura das paredes internas; aquisição de novas molduras, novos trilhos e spots de iluminação; e recuperação do piso. O investimento total foi de R$ 70 mil, provenientes do orçamento da Ufes.
A manutenção na galeria sucede as reformas do Teatro Universitário, reaberto em março deste ano com novos equipamentos. “Essas melhorias têm sido fundamentais para o desenvolvimento dos nossos projetos institucionais de cultura e arte. Além disso, as melhorias nos espaços culturais, que são espaços de trabalho, deram um novo ânimo para a nossa equipe de servidores e colaboradores”, afirma Borges.
Texto: Leandro Reis
Foto: Equipe da Gaeu
Edição: Thereza Marinho