Direitos humanos e curadoria educativa são temas de debate na Semana do Conhecimento

26/11/2020 - 18:46  •  Atualizado 27/11/2020 18:06
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A importância do tripé universitário (educação, pesquisa e extensão) para o funcionamento da universidade e para a educação com foco nos Direitos Humanos foi o tema da mesa A contribuição do tripé universitário na Educação para os Direitos Humanos, realizada no início da tarde desta quinta-feira, 26, como parte da programação da Semana do Conhecimento.

Participaram da mesa a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa Africanidades e Brasilidades (Nafricab/Ufes), Jurema Oliveira; a titular da Cátedra Sérgio Vieira de Mello do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados na Ufes, Brunela Vincenzzi; e a coordenadora adjunta do Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Educação da Ufes, Tânia Delboni, que mediou o debate.

“Há um processo de interação entre a universidade e as necessidades da comunidade na qual ela está inserida. Por isso, é fundamental que os direitos humanos sejam não só conhecidos, mas repassados para as três bases do tripé universitário. Assim, a universidade poderá agregar valor ao trabalho realizado na sociedade”, introduziu Tânia Delboni.

A professora Jurema Oliveira destacou que, mesmo após a abolição da escravatura no Brasil, muitos escravizados continuaram realizando serviços em condições subumanas. “Hoje, mais de 130 anos depois, os povos mais atingidos pela pandemia no Brasil são os pretos e nativos”, afirmou.

Inserção

Ela questionou ainda sobre o estudo de algumas temáticas, que estão restritas à extensão e não inseridos no currículo regular. “É tão importante quanto qualquer outro autor, de qualquer outra área, produzido em outro espaço”, disse a professora, ao levantar a questão do apagamento da comunidade negra, tendo-a como objeto de estudos na academia, mas não a inserindo nesse espaço.

Já a professora Brunela Vincenzzi ressaltou que a extensão exerce um papel de resistência, pois a simples presença de pessoas pretas já demonstra a inserção delas no cotidiano. “Agora, devido à pandemia, há um grande prejuízo devido à não circulação dessas pessoas no espaço”, afirmou.

No início da tarde também foi realizada uma mesa sobre o tema Processos de criação da curadoria educativa da Galeria Espaço Universitário (Gaeu) + Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte na Educação Infantil (Gepaei): qual a potência do educativo?, como parte do Painel Ufes de Cultura. O debate teve a participação da coordenadora da Sessão Educativa da Galeria de Arte Espaço Universitário (Gaeu), Kênia Tinelli; da estudante de Artes Plásticas Daysa Falqueto; e da estudante de Artes Visuais Mariana Sperandio, sendo mediado pela professora do Centro de Educação da Ufes Margarete Góes.

 

Texto: Breno Alexandre
Edição: Thereza Marinho