Estudantes da Ufes estão entre os finalistas do Prêmio Jovem Jornalista

24/08/2021 - 17:12  •  Atualizado 01/11/2022 09:22
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Um grupo de cinco estudantes da Ufes ficou entre os dez grupos finalistas do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog, responsável também pelo Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, um dos mais importantes do país.

O projeto de pauta Racismo algorítmico: quem comanda os comandos? foi proposto pelos estudantes de Jornalismo Karina Lima, Mikaella Mozer, Nicolly Credi-Dio, Vitor Guerra e Walas Coelho, sob a orientação do professor Fábio Malini, do Departamento de Comunicação da Ufes.

O prêmio Jovem Jornalista, que está em sua 13a edição, tem o objetivo de estimular os estudantes de Jornalismo de todo o país a propor pautas e desenvolver reportagens sobre questões do nosso tempo, visando à democracia e à justiça social.

A iniciativa de participar veio do estudante Vitor Guerra, do sexto período: "Eu fiquei interessado, achei a temática crítica bem interessante, de como o Jornalismo pode mostrar a cara desse novo mundo”. O grupo pretende analisar a plataformização do trabalho e os casos de racismo por meio dos algoritmos.

Com a reportagem, que será enviada para os organizadores do prêmio até 30 de novembro, os estudantes esperam mostrar como os aplicativos e algoritmos reproduzem o racismo estrutural. "Não estamos demonizando a internet e a tecnologia, mas é importante ver o que estamos criando com ela e reproduzindo através dela. Quem comanda os comandos? Quem está produzindo essa tecnologia racista, LGBTfóbica e misógina?”, indaga Vitor Guerra.

Os estudantes receberão uma bolsa no valor de R$ 1 mil e contarão com auxílio do professor orientador e de um jornalista-mentor indicado pelo Instituto Herzog.

Viés racial

Para o professor Malini, que desenvolve pesquisas digitais e o ativismo em questões raciais, a pauta dos estudantes foi selecionada justamente por abordar “como aplicações que estão no dia a dia podem produzir viés racial, especialmente contra minorias ou grupos minorizados racialmente”.

Ao saberem do resultado, Vitor Guerra conta que foi um sentimento de alívio e felicidade, pois desde o início eles estavam seguros quanto à ideia da pauta. Além disso, ele destaca que “foi uma alegria podermos ganhar e representar a Ufes, uma federal gratuita e de qualidade enorme, pois em meio a tanto ataque e demonização, temos orgulho do que a gente faz dentro da Universidade e de mostrar como ela forma bons profissionais”.

 

Texto: Noélia Lopes (bolsista de projeto de Comunicação)
Edição: Lidia Neves e Thereza Marinho